NAMÍBIA: A CORAGEM TEM ROSTO DE MULHER- Carlos Alberto

 


Num continente onde o poder ainda é amplamente dominado por homens — e onde os cargos mais altos do Estado, em vários países, continuam a ser ocupados por generais reformados, ex-chefes militares ou figuras recicladas do sistema — eis que a Namíbia ousa fazer diferente. E, ao fazê-lo, faz história. Mas mais do que história, faz diferença.


Desde que tomou posse como Presidente da República, a 21 de Março de 2025, Netumbo Nandi-Ndaitwah tem mostrado que não chegou ao topo apenas para cumprir calendário ou preencher quotas de inclusão. Chegou para governar. E governar com coragem.


Reduziu o número de ministérios de 21 para 14. Aboliu cargos como vice-presidente, vice-primeiro-ministro e vice-ministros. Enxugou a máquina do Estado com firmeza, sem hesitar perante interesses instalados. Fez, em semanas, o que muitos não ousaram propor em décadas. Porque sabia ao que vinha: servir o povo, não proteger vaidades.


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Anunciou também que o ensino universitário público será gratuito a partir do próximo ano, 2026. Não como promessa vaga, mas como compromisso com metas, calendário e prioridade política. Num continente onde milhões de jovens abandonam os estudos por falta de capacidade financeira, por falta de meios para chegar à escola, e perante aumentos sucessivos de propinas sem qualquer actualização salarial, Netumbo está a abrir portas reais — não apenas a inaugurar edifícios.


E, quando circularam nas redes sociais notícias falsas sobre uma suposta expulsão de cidadãos americanos, o seu Governo desmentiu com firmeza e sobriedade. Não foi preciso elevar o tom para afirmar soberania. A dignidade pode ser serena. E foi.


O que verdadeiramente incomoda, em muitos círculos de poder, é que uma mulher, africana, de 71 anos, esteja a fazer o que tantos homens evitaram: cortar privilégios, enfrentar vícios estruturais, dar prioridade à juventude, actuar com visão de futuro e preservar o respeito próprio nas relações internacionais.


Durante décadas, muitos países africanos apostaram — e continuam a apostar — em líderes oriundos das Forças Armadas, com a convicção de que a disciplina do quartel se converteria, por milagre, em competência de governação. Mas a realidade tem mostrado o contrário: rigidez sem rumo, teimosia sem luz, autoritarismo disfarçado de liderança, propaganda sem reforma efectiva do Estado. Netumbo, sem farda, sem medalhas, sem discursos de força, está a provar que uma mulher certa, com espírito de serviço e coragem política, pode ser mais assertiva do que muitos generais na reforma — e mesmo no activo.


Num tempo em que se espera pouco dos líderes — e quase nada das líderes mulheres — porque ainda se duvida da sua firmeza, Netumbo responde com acção. Sem gritar. Sem teatro. Sem culto à personalidade. Apenas com governação séria.


Talvez por isso esteja a ser elogiada. Porque não representa apenas a Namíbia: representa a possibilidade de outra África. Uma África que não teme cortar os excessos na máquina do Governo. Que não receia dizer basta. Que não se refugia em promessas a longo prazo, sem qualquer calendário de cumprimento, nem em discursos sobre ameaças externas e subversivas — quando o maior perigo está dentro do próprio Governo, e só será superado com reformas visionárias, orientadas para o povo e para uma efectiva cultura de prestação de contas.


Ela provou que ser mulher não é obstáculo. Não reduz competência. Não anula ousadia. E não impede de se liderar com firmeza e visão.


Há quem se eternize no poder sem saber o que fazer com ele. E há quem, como Netumbo, chegue tarde — mas a tempo de mostrar que o tempo certo é o da coragem.



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