Há momentos na história de uma nação em que o tempo se torna impaciente. Angola vive um desses momentos. Depois de meio século de governação ininterrupta do MPLA, o país aproxima-se inevitavelmente de uma encruzilhada histórica: a alternância política. Não se trata apenas de um desejo popular ou de uma aspiração partidária — trata-se de uma necessidade nacional.
Durante décadas, o MPLA justificou a sua permanência no poder pela guerra, ou, talvez, tenha usado a guerra como instrumento de sobrevivência política. A retórica da defesa da pátria serviu para legitimar o controlo absoluto das instituições, a repressão da dissidência e a concentração de poder. A ausência de uma normalidade constitucional foi o álibi perfeito para prolongar o domínio.
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Mas os tempos mudaram. Hoje, o partido já não detém a maioria esmagadora que lhe permitia moldar a Constituição à sua vontade. Há barreiras legais que limitam a sua hegemonia e, pela primeira vez, o fim de um ciclo parece possível. João Lourenço está prestes a concluir o seu segundo mandato e tornar-se inelegível. Esse simples facto jurídico representa um fenômeno inédito na história política angolana.
Em contrapartida, o MPLA tenta reinventar a velha estratégia: multiplicar partidos para confundir a opinião pública, fragmentar o eleitorado e manter o poder pela dispersão. Mas a verdade é que nenhuma dessas formações emergentes possui a estrutura, o capital político e a credibilidade da UNITA, que se afirma, cada vez mais, como a oposição real capaz de conduzir o país a uma transição pacífica e responsável.
Essa transição, longe de ser uma ruptura destrutiva, deve servir para preservar o Estado, reformar as instituições e garantir, finalmente, a separação efectiva dos poderes. A criação das autarquias locais, adiada repetidamente pelo poder central, deve ser o primeiro passo para a descentralização e o exercício concreto da cidadania.
A alternância política não é apenas inevitável — é o remédio urgente para uma nação adoecida. O MPLA transformou-se num sinônimo de corrupção, fome e repressão. As eleições de 2022 deixaram uma cicatriz profunda: milhares de jovens perderam a esperança e abandonaram o país. Muitos desses jovens nasceram sob o regime do MPLA, acreditaram nele, e hoje o rejeitam porque ele não lhes oferece futuro.
A geração que parte é a mesma que poderia reconstruir Angola. E só voltará se houver mudança verdadeira.
O maior obstáculo a esse futuro reside na ala de João Lourenço, que governa com a arrogância de quem acha que ainda tem tempo. Este grupo sente que ficou à margem da “era dos privilégios” de José Eduardo dos Santos e, agora, busca recuperar o tempo perdido — enriquecendo sem pudor. Por isso, teme Adalberto Costa Júnior, o líder da UNITA, não apenas como adversário político, mas como ameaça existencial a esse modelo de poder.
Adalberto propõe algo simples, mas revolucionário: repatriar os capitais roubados e investir no país. Não para punir, mas para reconstruir. A sua trajectória diplomática em Portugal e na Itália, a formação cristã e o perfil conciliador fazem dele um político com rara capacidade de diálogo e compreensão do mundo. É alguém que poderia reconciliar Angola consigo mesma, reunindo fé, razão e esperança num mesmo horizonte.
A verdade é que adiar a alternância política é adiar o futuro. Os 50 anos de governação do MPLA transformaram-se num ciclo de esgotamento, onde a repressão substitui o diálogo e o medo ocupa o lugar da confiança. A continuidade desse regime apenas prolongará o sofrimento do povo.
É tempo de uma transição política responsável, que garanta estabilidade sem repressão, progresso sem corrupção, liberdade sem medo.
Angola precisa virar a página — não por ódio, mas por amor à própria história.
O futuro não pode continuar sequestrado pelos caprichos autoritários de João Lourenço e Fernando Garcia Miala. O povo angolano merece respirar um novo ar político, livre, plural e humano.
O tempo da mudança chegou. E, desta vez, adiá-lo seria um crime contra o futuro.
Hitler Samussuku
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