Meu caro Massanga,
Rafael Massanga Sakaita Savimbi
Dirijo-me a ti com o respeito que se deve a todo militante comprometido com o futuro da UNITA e de Angola. Desde a tua juventude acompanhei, com atenção, a tua presença em momentos decisivos da vida do nosso partido. Lembro-me bem dos tempos difíceis que atravessámos, quando a UNITA resistia com coragem e fé, e tu, ainda jovem, fazias parte dessa caminhada. A última vez que te vi foi no Andulo, em 1996, antes da tua partida para o exterior.
Desde então, tenho seguido a tua trajetória e percebo que a tua ambição de servir o partido e o país vem de longa data. Em 2011 já se notava o despertar dessa vontade; em 2019, algumas ideias amadureceram, e hoje essa intenção se manifesta publicamente.
És filho de uma família que carrega o peso e o prestígio de um nome que marcou a história contemporânea de Angola. És herdeiro de uma memória rica em sabedoria, mas a sabedoria herdada precisa ser também conquistada, traduzida em trabalho, coerência e resultados. O nome, por si só, não garante liderança; é o mérito pessoal que legitima o exercício do poder.
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Reconheço que tens visão e que procuras um espaço de afirmação própria. Contudo, pergunto-me e pergunto-te se essa visão já amadureceu o suficiente para conduzir a UNITA num momento tão sensível da nossa história. A liderança exige mais do que um nome de prestígio: exige provas concretas de capacidade, experiência e entrega à causa comum.
Como militante, reconheço plenamente o teu direito de concorrer. Mas, igualmente como militante, exerço o meu direito de questionar. Desde 2019 ouço, em vários círculos, a ideia de que o teu nome representa o “resgate da UNITA” e do espírito do Mwangai. No entanto, importa esclarecer: o que, concretamente, precisa ser resgatado? Quais são os valores, os princípios ou as práticas que se perderam e que justificam este discurso de resgate?
E surge também uma preocupação legítima: qual é a verdadeira imagem que poderá ficar de ti e do teu projeto, quando observamos que parte dos teus apoiantes são justamente os grupos insatisfeitos e alguns dos que foram afastados ou expulsos do partido, e que hoje se juntam em torno da tua candidatura por vingança ou ressentimento contra a atual direção?
Que mensagem isso passa aos militantes disciplinados e fiéis que têm trabalhado para fortalecer a UNITA sob a liderança atual, uma direção que conseguiu resultados que, em dezasseis anos, o partido não havia alcançado?
Por isso, pergunto-te com franqueza: quem é, de facto, o verdadeiro dono do chamado “Grupo do Resgate”? És tu, ou és apenas o rosto de um descontentamento orquestrado por outros interesses? E mais: como pretendes garantir que a tua caminhada política não se confunda com a agenda daqueles que se opõem à atual liderança por conveniência pessoal e não por princípios?
E ainda, como fica a questão dos teus irmãos que renunciaram à militância da UNITA e outros que, em 2022, apelaram publicamente ao voto no partido que sustenta o Governo? Que coerência política e moral emerge desse contexto familiar, quando te apresentas hoje como símbolo do “resgate” do legado da UNITA e de Jonas Malheiro Savimbi?
Massanga, esta carta não é um ataque, mas um apelo à reflexão. A UNITA precisa de líderes que unam, que consolidem o trabalho feito, e que tenham a capacidade de inspirar confiança não apenas pelo sangue, mas pelo exemplo. A história do nosso partido é feita de sacrifício, entrega e lealdade a princípios não de privilégios herdados.
Que a tua caminhada seja guiada pela verdade, pela humildade e pelo compromisso genuíno com Angola e com os ideais que o teu pai e tantos outros tombaram a defender.
Com respeito e sinceridade,
Um militante atento da UNITA, aguardando resposta.
Sou: José Pedro Canga
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