Não é o aeroporto que está longe — é a mentalidade que ainda está no 4 de Fevereiro”- Ademar Rangel



Vejo muita gente a lamentar a mudança dos voos da TAAG para o novo aeroporto. O drama é tanto que, se dependesse das redes sociais, já havia uma petição para trazer de volta o saudoso “4 de Fevereiro” — esse aeroporto vintage onde se misturava o cheiro a combustível com o perfume a confusão.


Mas sejamos sinceros: a maioria que se queixa ainda nem lá foi. É o típico “não gosto, mas nunca provei”.


Eu já fui, e digo: é outro mundo. Tudo mais limpo, mais organizado, com ar-condicionado a funcionar (milagre!), nada pré histórico a na sanita no WC e até espaço para o ego respirar. É verdade, a vadiagem de aeroporto agora tem classe. Dá até vontade de chegar mais cedo só para fingir que estamos em trânsito para Dubai.


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Há quem diga que é longe. Claro, para quem acha que viver no Kilamba era o fim do mundo e hoje já está habituado, o novo aeroporto é basicamente a próxima paragem lógica da evolução. O mesmo pessoal que hoje reclama, daqui a seis meses vai postar stories com o filtro “AIAAN” e a legenda: “Orgulho nacional”.


E convenhamos, a estrada até lá é quase uma meditação. Sem buzinas, sem zungueiras a vender recargas no meio da faixa, e sem aquele trânsito infernal de quem ainda acredita que buzinar encurta distâncias.


O novo aeroporto é, finalmente, um passo no sentido certo. Um sítio onde podemos dizer: “Sim, isto é Angola.” Agora é só a TAAG acompanhar a infraestrutura e tentar e não tratar os passageiros como se fossem bagagem de mão.


Portanto, meus caros compatriotas: para frente é o caminho. E se é para evoluir, que seja com o bilhete na mão, o passaporte em dia e o sarcasmo no bolso, porque, no fim, todos sabemos que vamos acabar a tirar selfies no Aiaan a dizer que “sempre acreditámos”.


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