Conjugávamos, nós que ainda nos encontramos em vida, o ano de 2012 quando vou para um centro comercial, na altura com maior requinte e por ser dos poucos que nos brindavam na época, que encontro o ser criativo que dá nome a este meu exercício, no qual quero já aqui deixar claro, que além de estar eivado de muita jocosidade, traz nas suas premissas questões que merecem alguma consideração.
Mal minha’lma artística o vislumbrou, fui ter com o mesmo e disse-lhe que gostei muito da pedrada que tinha lançado naquele ano. Disse-lhe que era professor e a partir daquele momento foi desta forma que começou a tratar-me. Confesso que fiquei lisonjeado e hoje considero-me um amigo distante seu, amizade esta que é sustentada por alguma admiração e respeito.
Treze anos depois vejo-me a ouvir a música novamente, mas desta vez com um sentimento totalmente diferente. De lá para cá, seria arriscado dizer que morreu o artista, mas nasceu o político. Mas, a bono da verdade, é isso que aconteceu. E assim comecei a analogia.
Sou apologista de que todo o passo a ser dado deve ser em constante leitura do tempo e o momento, caso contrário “podemos dar bandeira”. Sermos levados ao colo toda hora pelo mesmo adágio “só erra quem não trabalha”, para quem sabe ler os momentos de actuação, não é oportuno.
Dji Carvalho Júnior “não era famoso, mas já era conhecido” e foi quase que paquerado por uma extrovertida que tentava, às suas custas, ganhar alguma notoriedade no seio das suas amigas. Aquele comportamento, ao ser comentado entre os amigos do mesmo, trouxe algum desconforto à estrela na altura, mas hoje já é famoso e é candidato à presidência da República de Angola.
Lido isto com o coração poderão ouvir alguns assobios de invídia, mas isto é quase que um alvitre ao meu amigo distante Dji Tafinha.
A música de que vos falo é “Ela só dá bandeira”. Ouvi minuciosamente 13 anos depois e, “sei que parece brincadeira, mas infelizmente é uma história verdadeira”: Dji Tafinha, nome artístico de Dji de Carvalho Júnior, está a concorrer para Presidente da República de Angola.
O nosso panorama político é composto por colossos. Se dissesse por um único colosso e outros que têm ido ao ginásio das ideias “manguitar” o cérebro para que consigam mandar ao tapete o partido da oposição, não estaria a exagerar. A UNITA é a prova disso.
Tivemos partidos políticos que começaram e por conta da pouca velocidade, ou falta de vitamina C nas “laranjas”, ou má leitura dos tempos, ou se calhar o oportunismo para se conseguir levar ao bolso alguma pecúnia pública e que passa longe dos palcos da justificação como foram gastos, respiraram do oxigénio fruto dos ganhos da paz e ficaram pelo caminho. Foram extintos.
No caso do meu amigo e futuro candidato com o partido NÓS, pensei: “Ele quer fazer coisas que até dão medo, bro”. Quem é que em sã consciência com menos de 40 anos de idade pensa em colocar flores na campa do MPLA?
Será que NÓS estará connosco ou será mais uma diversão no mundo político, fruto de alguma precipitação do seu líder? Quem foi que lhe disse que NÓS estamos com ele? Alguém claramente deve estar.
Na música que está na base da construção deste texto, há uma parte que diz “Ndengues assim só dão bandeira, passam a vida toda a fazer asneiras…”, mas termina com “Menino Dji Tafinha é um rapaz maravilha…”. Menino era, até então. O que diremos do candidato? Será que NÓS estamos preparados?
Vai dar bandeira se NÓS começarmos a pensar que “estás a vir com dicas para vir nos biznares?” Olha que estes mais velhos gostam bué de mandar os putos “calar mazé a fuça”.
Mas não há de ser nada. Se não for PRA JÁ, há quem acredita em NÓS. Leve o tempo que levar, NÓS um dia poderá lá chegar.
“Muito obrigado, muito obrigado, aplausos para vocês”.
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