A medida que afectou os correspondentes de quase todos os municípios do país, segundo fontes que acompanham o processo, é essencialmente justificada pela suposta crise financeira em que está mergulhada a Angop.
Também, reforça a nossa fonte, foi uma saída encontrada para filtrar trabalhadores fantasmas. Há mesmo suspeitas que a empresa detinha duas folhas de salário. Uma oficial, com salários razoáveis e outra virtual. Esta última é que era do conhecimento dos trabalhadores. Havia se institucionalizado o açambarcamento dos cofres da empresa pela antiga gestão da agência notícias.
Nesta altura, segundo informações por confirmar, a empresa pública encontra-se quase em estado de insolvência, os poucos recursos que recebem do erário público, são insuficientes para dar respostas às necessidades com o pessoal, pelo que sublinha a nossa fonte, a saída encontrada pela nova gestão foi colocar os jornalistas no desemprego.
Como era de esperar, a notificação sobre rescisão de contrato foi bastante contestada pelos jornalistas. Incrédulos não querem acreditar que uma empresa que serviram com abnegação e profissionalismo, mesmo em momentos complicados da história do país, se livre deles sem o mínimo de consideração. “É um verdadeiro pesadelo vivido em plena luz do dia e acordado”, assim resume alguns jornalistas.
A decisão do conselho de administração está em contramão as orientações do ministro da comunicação social, transmitidas aquando da visita a agência de notícia. Na altura João Melo fala da necessidade de tornar a Angop mais acutilante capaz de estar presente na vida social, política e económica do país. Naquela altura, isto no mês de outro do ano passado, o governante não aventou qualquer possibilidade que pudesse culminar com o despedimento de mais de duzentos profissionais.
Sabe-se que muitos trabalhadores recorreram da decisão. Uma carta enviada ao ministro e a direcção central do MPLA é vista como única da tábua de salvação para livram-se do mundo de desemprego. Mas a quem não põe de parte recorrer aos órgãos judiciais para forçar a direcção da Angop a reconsiderar.
Entretanto, fontes próximas da direcção da empresa dizem que com o afastamento dos jornalistas vão poupar muitos recursos financeiros que serão destinados para outros sectores, principalmente na adequação tecnológica dos meios aos tempos modernos.
0 Comentários