Após um período de restrições por conta da pandemia da Covid-19, está de volta o folclore de membros do Executivo para cortes de fita e visitas de constatação para "constatar” problemas e andamento de obras, sobejamente, conhecidas, visitadas e revisitadas vezes sem conta por vários (des)titulares e auxiliares de departamentos ministeriais.
É na fase de pré-campanha eleitoral que ministros e secretários de Estado aproveitam para deixarem os seus gabinetes em buscam dos holofotes longe da Capital do País, com a finalidade de fazer manchete nos noticiários do "Quarto do Poder" (TPA, RNA, TV ZIMBO, ANGOP e JORNAL DE ANGOLA). No fundo, tudo não passa de visitas de charme e gastar os supostos recursos escassos com transporte, alojamento, alimentação e a famosa ajuda de custo.
Para não perder a "farra", o Vice-presidente da República embarcou na nova onda de gastar o erário público, usufruindo de diárias milionárias. Bornito de Sousa escolheu o Huambo para dar o pontapé de saída e levou consigo uma "equipa de futebol", assegurada por um batalhão da UGP, para radiografar problemas há muito conhecidos, cuja solução sempre dependeu da boa vontade de quem governa o País.
De acordo com os órgãos de comunicação ao serviço do Governo,Bornito de Sousa, escalou as Terras de "Ekuikui e Katyavala" no quadro do acompanhamento das acções de Governação Local, concretamente, nos municípios da Chicala-Cholohanga e do Mungo.
Durante três dias, o Vice-PR fez "ouvido de mercador", atendendo ao facto de que os problemas da província do Huambo, e dos dois municípios em particular, já foram diagnosticados há décadas, mas continuam sem um fim à vista, pelo menos enquanto durar o reinado do partido que gerou, em grande escala, Marimbondos e Caranguejos.
É repugnante a forma como os governantes gastam o dinheiro de todos angolanos e fazem uso irracional dos meios do Estado, promovendo visitas turísticas e rodízios, sob pretexto de aferir a implementação de políticas de combate às assimetrias regionais, mas que na prática vai triplicando o número de famílias que dependem do lixo para comer.
É hora de tomar vergonha na cara e parar de entreter as autoridades tradicionais e líderes comunitários, uma vez que as aflições dessas duas franjas sociais, e da sociedade de modo geral, já estão identificados.
É hora de parar de brincar com o sofrimento das populações, obrigando-os a expor repetidas vezes os mesmos problemas sem resolvê-los.
É hora de parar de atribuir certificado de insanidade mental aos angolanos, e ao povo do Huambo em particular.
Numa altura em que o tecido social da província encontram-se totalmente emperrados, associado ao momento tenso entre as diferentes lideranças políticas, era expectável que BS tirasse um pouco do seu tempo para aminizar o ambiente político, infelizmente limitou-se a fazer turismo com dinheiro do povo.
Porém, como o "MPLA tem pacto com o diabo", certamente que os próximos dias continuaram a ser marcados por desfile de ministros, secretários de Estados e Directores nacionais "zungando" pelo País à dentro, com o fito de mostrar projectos conhecidos, expor dificuldades conhecidas (sem fim à vista), fazer promessas eleitorais, e obviamente assaltar o erário público para alimentar as viagens turísticas em nome do faminto pacato cidadão.
Luís de Castro
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