Angolano com passaporte diplomático apanhado no aeroporto de Lisboa com teste falso à covid-19


Um cidadão angolano com passaporte diplomático foi apanhado, esta quarta-feira, a tentar entrar em Portugal com um teste negativo à covid-19 falsificado. Depois de receber o resultado negativo de um teste, feito já no aeroporto de Lisboa, foi autorizado a entrar no país. O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) participou o caso ao Ministério Público. 


O voo da United Arab Emirates tinha chegado a Lisboa, vindo do Dubai, às 12h45. Como habitualmente, os passageiros dirigiram-se ao controlo de passaportes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). E foi aí que, apurou a SÁBADO, Jackson Leandro Lucas João, um cidadão angolano com passaporte diplomático, entregou várias folhas ao inspetor de fronteira.



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Quando recolheu os papéis, o funcionário do SEF deparou-se com dois testes, ambos com a mesma data, mas com resultados diferentes: um negativo e outro positivo. "Quando o questionou sobre aquelas folhas ele ficou atrapalhado e não soube responder", relata à SÁBADO uma fonte judicial.


Jackson João foi então levado para uma segunda linha de controlo, onde os documentos foram avaliados pela unidade do SEF especializada em falsificações que rapidamente percebeu que o teste negativo era forjado. Para o confirmar, apurou a SÁBADO, os inspetores contactaram o laboratório angolano indicado nos "relatórios" que os informou que Jackson João tinha realizado um teste, mas em 2020.


A preocupação imediata dos responsáveis pelo aeroporto foi isolar o cidadão angolano e realizar um teste à covid-19 para confirmar se estaria positivo ou negativo. "Felizmente estava negativo", diz uma fonte judicial à SÁBADO. Caso contrário, todas as pessoas que viajaram de Angola para o Dubai e daí para Lisboa teriam de ser contactadas e ficar em quarentena. Através da consulta à base de dados, o SEF soube também que Jackson João viajou várias vezes para Portugal durante a pandemia.


Com o resultado negativo, o angolano pode entrar em Portugal. O documento forjado foi apreendido pelo SEF e enviado ao Ministério Público com uma participação para ser instaurado um inquérito-crime. Estarão em causa, pelo menos, crimes de propagação de doença e falsificação de documento. No entanto, a titularidade de um passaporte diplomático levará a que o inquérito possa não ter qualquer efeito. O Ministério Público terá de pedir ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que contacte o Estado angolano para pedir o levantamento da imunidade diplomática. Caberá às autoridades de Luanda decidirem o que acontecerá. 


A SÁBADO contactou a embaixada de Angola esta quinta-feira para obter um comentário mas ainda não obteve qualquer resposta. Não foi possível contactar Jackson João. 

 

Jackson João é um antigo rapper que dava pelo nome de "Piracknideo" e fazia parte do grupo de hip hop Polivalentes. Ter-se-á tornado próximo de Edson Santos Sousa, um sobrinho do ex-presidente José Eduardo dos Santos. Chegou também a ser administrador da Norafrica, empresa de construção da holding Marsantos, propriedade de Marta dos Santos, a irmã mais nova do ex-presidente. No entanto, terá sido afastado do cargo após o surgimento de suspeitas de sobrefaturação



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