Um homem, de 53 anos, que tinha sido detido pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) por ter abusado sexualmente de três menores entre 2016 e 2021, e que há uma semana foi libertado pelo procurador da esquadra do Zango, voltou a intimidar as vítimas logo após ser posto em liberdade.
Devido à natureza do crime, e pelo facto de o acusado estar em liberdade, o Novo Jornal contactou o porta-voz da Procuradoria-Geral da República, Álvaro João, que declarou que o magistrado do Ministério Público (MP) junto do SIC-Viana, na esquadra do Zango 8 000, soltou o acusado porque a "detenção foi mal efectuada por ser fora do flagrante".
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O Novo Jornal sabe que o acusado "voltou a intimidar as vítimas", pelo facto de as crianças o terem denunciado. O homem não possui residência fixa e o crime de violação sexual, previsto e punível pelo artigo nº 394 do Código Penal Angolano, caso fosse a julgamento, poderia levar a uma pena de 10 anos de prisão efectiva.
O crime, segunda consta nos autos, começou a ser consumado em 2016, e o acusado, vizinho das menores, detido e solto três dias depois, confessou, durante a instrução preparatória do processo-crime n° 31687/21 VN-Zango, que começou a abusar sexualmente das três menores quando duas delas tinham seis anos, e a outra oito.
Segundo fonte do SIC-Viana, as menores, agora com 11 e 13 anos, foram vítimas de abusos sexuais até ao mês de Junho deste ano.
"No depoimento, o acusado narrou uma situação de abusos sexuais durante cinco anos, com ameaças assustadoras, prometendo matar os pais das vítimas, caso o denunciassem", disse o oficial do SIC, sublinhando que em poucas horas "os inspectores prenderam o acusado e entregaram o caso ao procurador, que, após ter ouvido o homem, o colocou em liberdade sem antes ter visto o exame do Laboratório Central de Criminalística".
O Novo Jornal contactou o porta-voz da Procuradoria-Geral da República (PGR), Álvaro João, que declarou que o magistrado do Ministério Público (MP) junto do SIC-Viana, na esquadra do Zango 8 000, soltou o acusado porque a "detenção foi mal efectuada por ser fora do flagrante".
"Ele (o procurador) aplicou ao homem a medida de coação de termo de identidade e residência, apresentação periódica às autoridades e proibição de contactar as menores, em vez da mais gravosa, que é a prisão preventiva", revelou, explicando que se o processo estivesse sob sua alçada, "sem dúvida nenhuma, sem hesitar, aplicaria mesmo a prisão preventiva".
"O procurador alegou que teve a apreciação dos factos e os conduziu com base na lei... Muitas vezes, nós também, para tomarmos uma posição ou argumentação, não temos em conta apenas o que está plasmado na lei, mas tem de haver fundamentação dessa medida que eu tomar", destacou.
Álvaro João salientou que o processo-crime de violação sexual não leva muita demora para ser concluído e argumentou que a demora poderá estar na entrega dos exames executados pelo Laboratório Central de Criminalística (LCC).
Questionado pelo Novo Jornal sobre o facto de o procurador ter posto em liberdade o homem de 53 anos sem antes ter visto os resultados dos exames do Laboratório Central de Criminalística, Álvaro João respondeu que "o procurador entendeu que não podia manter o homem preso devido à demora da entrega dos exames e pelo facto de a detenção ser executada fora do flagrante".
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