Em Luanda correm insistentes rumores segundo as quais uma urna contendo o suposto corpo de JES chega no próximo sábado. Mas de Barcelona a resposta é está em espanhol: “Desmentido total que o corpo viage esta semana a Angola. O Juiz diz que o corpo não va se mover”.
Sequestrar o corpo e levar a revelia a Luanda, também não. Trazer de Barcelona uma urna vazia, para fazer crer que ganharam as filhas de JES e simular enterro, em Luanda? Se no velório, em Luanda, arranjaram uma nova “primogênita” do malogrado, já ninguém duvida das soluções que o governo apresenta para as encrencas em que se mete.
Os que estão dentro do MPLA, mas que, ao mesmo tempo, não estão dentro das suas gêneses, dirão que o “partido” seria incapaz de incorrer a isso. O jornalista e historiador José Milhazes que viveu em Moscovo, que nos conte, a solução soviética.
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Segundo as memórias de Karen Brutentz, antigo vice-presidente da Secção Internacional do Comité Central do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), citado por José Milhazes no livro “Angola - O Princípio do Fim da União Soviética”, quando o Presidente Agostinho Neto morreu em Moscovo, o embaixador soviético em Luanda propôs o envio de uma urna sem corpo do malogrado Presidente.
Segundo Karen Brutentz, “Devido a uma proposta insensata do nosso embaixador o cadáver de Neto ficou para embalsamar em Moscovo, enquanto que os angolanos em luto despediam-se de Agostinho Neto sem saberem que a urna que passava estava vazia”.
O cadáver de Agostinho Neto ficou em Moscovo para ser embalsamado, mas as «aventuras» continuaram: “o cadáver depois de embalsamado foi colocado numa urna de vidro hermeticamente fechada e transportado para Angola, (desta forma evitava-se que fosse feito qualquer exame). Quando chegou a Luanda, os dirigentes angolanos deram conta de que Agostinho Neto vinha sem óculos e queixaram-se aos russos de o cadáver não ser parecido com ele”.
“Tivemos de trazer novamente o cadáver para Moscovo, abrir a urna de vidro e colocar os óculos no rosto do cadáver. Na Rússia não existe o costume de se sepultar os cadáveres com óculos!”, esclarece Karen Brutentz
José Gama
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