Empresa de “Kopelipa” recebeu suborno de USD 200 milhões pela construção de centralidade em Angola



Uma empresa ligada aos interesses do antigo Chefe da Casa Militar da PR, General Manuel Vieira Dias Junior "Kopelipa", terá cobrado como comissão a uma construtora chinesa de nome PAN CHINA a quantia de 200 milhões de USD para beneficiar de contratos para a construção de três centralidades em Angola (Dundo na província da Lunda Norte, Kapari na Província do Bengo e Zango na capital angolana). Os pagamentos foram efectuados para uma empresa de alimentos ANGODIS - Angola Distribuição, Limitada, ligada a um "testa de ferro" de "Kopelipa"


Segundo documentos consultados pelo Club-K, a intricada trama de corrupção envolve um empresário chinês "Ziqiang Liu", também conhecido como “Sr. David”, patrono da PAN CHINA, o francês Vincent Miclet e o extinto Gabinete de Reconstrução Nacional (GRN), na altura dirigido por “Kopelipa” no processo de construção das citadas centralidades.


No dia 11 de março de 2008, o Gabinete de Reconstrução Nacional na altura chefiado por “Kopelipa” e a empresa Pan-China Construction assinaram um contrato para a construção de 20 mil apartamentos públicos na cidade do Dundo, Lunda-Norte, assim como as áreas de serviços auxiliares. Pelo GRN, assinou o seu então diretor Geral, o general “Kopelipa”, e pela Pan China assinou o Vice-Presidente Dade Wang, em representação do seu superior Ziqiang Liu.



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Depois de dois meses da assinatura do contrato, a Pan-China Construction enviou uma carta ao GRN com referência 080508-01 (tel:080508-01), informando que indicava o PCA da empresa angolana ANGODIS, Vincent Miclet, que seria o seu alegado representante enquanto durarem as execuções das obras.


O conteúdo da mesma carta foi também enviado pela construtora chinesa China Tiesiju Civil Engineering Group (CTCE) , liderada por Xu Pin Na, indicando o mesmo PCA da Angodis, Vincent Miclet, como seu representante durante os trabalhos de execução da centralidade de Cacuaco-Dande. A carta foi enviada no dia 3 de março de 2008.


Em resposta, o general Manuel Helder Vieira Dias Jr. "Kopelipa", na sua qualidade de DG do GRN, enviou uma carta ao PCA da ANGODIS, Vincent Miclet, com cópia para a Pan-China Construction Group Corporation Limited, com referência 066-1/)FC/G-DGRN/2008, dizendo que confirma a aceitação formal, entre as duas citadas empresas, "procedendo à coordenação da execução de habitação social do Dundo (nova Cidade do Dundo), participando nas reuniões de trabalho e em eventuais negociações entre a PAN-CHINA e o GRN." A carta de “Kopelipa” trazia no seu lado direito a classificação de "interno e urgente."

 

De origem francesa, mas nascido no Chade, Vincent Miclet, o PCA da ANGODIS, viveu em Angola desde 1999 e passou a gerir negócios dos generais da presidência depois de ter sido apresentado ao general Manuel Vieira Dias “Kopelipa” pelo antigo responsável da logística da Casa Militar, general Afonso Lopes Teixeira "Led."

 

A ANGODIS, por sua vez, é uma empresa de distribuição de produtos alimentares e de consumo, subsidiária da Nova Distribuidora alimentar em Angola (NDAD), uma empresa criada e controlada pelos generais da Casa Militar para ficar com o ativo da antiga Arosfram. Em outras palavras, o general “Kopelipa” é o beneficiário final da ANGODIS.

 

Com esta operação, “Kopelipa,” na sua qualidade de Diretor do GRN, contratou a empresa PAN CHINA para construir as centralidades, e por detrás colocou a sua empresa ANGODIS como representante da empresa chinesa, o que nos termos da lei, o mesmo terá cometido um crime de corrupção.

Além do crime de corrupção, o antigo governante também pode ser acusado de outros crimes, como o de favorecimento pessoal ou o de abuso de poder.

PAGAMENTOS

Após os contratos, a PAN CHINA foi realizando pagamentos para a ANGODIS. Os pagamentos eram feitos pelo dono da empresa, Liu Zeqiang, um cidadão chinês de Hong Kong que se apresenta também como “David Liu.” Pela parte de Vincent Miclet e “Kopelipa,” foi indicado um intermediário, Sandro G Santos, que fiscalizava os pagamentos.

Em agosto de 2011, os emissários de “Kopelipa” entraram em desentendimento com o Presidente da Pan China, Liu Zeqiang, que discordava do montante da tranche/ transferência de uma comissão, naquele mês. Liu Zeqiang teria pago 20 milhões de dólares alegando flutuação da moeda, enquanto a parte de “Kopelipa,” representada por Sandro Santos, alegava que o acordado era de 27 milhões de dólares americanos.

A operação dos 20 milhões de dólares avançados pela Pan China foi feita em 23 de agosto de 2011, a partir de uma conta desta empresa na sucursal do Banco Espírito Santo na Madeira. O pagamento da comissão foi feito  para   uma terceira empresa, Goldstone Construction Limited, controlada pelo “testa de ferro” de “Kopelipa”, o frances Vincent Miclet.


No dia 21 de novembro daquele mesmo ano, a construtora Pan China, de David Liu, transferiu outra comissão para a Goldstone Construction Limited, no valor de 18 milhões de dólares (USD 18.548.756,74), transferidos para o IBAN  PT 50 0007 0903 0009 (tel:50%200007%200903%200009) 0890 00262 (tel:0890%2000262), desta empresa de Vincent Miclet no banco BES no Funchal.

A Goldstone Construction Limited, empresa usada para receber as comissões em nome da Angodis no exterior do país, foi legalizada numa offshore nas Ilhas Britânicas, tendo como seu representante legal Vincent Miclet, o francês que até então atuava como “testa de ferro” de “Kopelipa.” Junto dos bancos, alegou-se que esta empresa de alimentos prestou serviços de consultoria para as empresas chinesas que operam nas centralidades em Angola.


De acordo com mapas de pagamentos e outros documentos consultados pelo Club-K, a AngoDiz ligada a “Kopelipa” terá, no total recebido cerca de USD 200 milhões, entre 2011, até os anos subsequentes em que terminaram as obras.


Uma fonte consultada considerou extremamente prejudicial para a transparência nas relações comerciais com governos credores. "É incompreensível como um cidadão chinês pode pagar comissões milionárias a empresas de um cidadão francês para obter contratos do governo angolano”, lamentou exigindo investigação para a devida responsabilização civil e criminal, uma vez que o Presidente da Pan-China, terá com isso incorrido em tráfico de influencia, branqueamento de capitais e associação criminosa.

“A questão que intriga é como empresas operando em Angola sob a representação do estado chinês, que é um credor, são obrigadas a pagar comissões a cidadãos estrangeiros para obter contratos de construção. Este caso levanta sérias dúvidas sobre a integridade do processo de adjudicação de contratos e enfatiza a necessidade de uma investigação rigorosa para trazer à tona a verdade por trás dessas práticas suspeitas”, rematou a fonte.







Club-K 

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