Regime barra exibição de peça teatral “A Paz Podre”



Segundo os censuradores, a peça não pode ser exibida porque é de carácter de cívico-político. A seguir está o relato integral de António Pinto, responsável do grupo teatral censurado.

Na noite de ontem (quinta-feira), o nosso grupo de teatro, cujos membros residem e trabalham em Malanje, foi impedido por razões políticas de apresentar a peça teatral intitulada “A Paz Podre e a Fuga do Mwata Mwibi”.


A sessão teria lugar no auditório do Instituto Técnico de Saúde Jardim do Éden. O responsável pelo espaço, o Senhor Larson, informou-nos, faltando 1 hora para o começo da actividade, que, na manhã de quinta-feira, (o mesmo dia previsto para o evento) apareceu na escola uma comissão da administração municipal de Malanje orientada pelo seu Administrador, Fernandes João Cristóvão, e pelo Director Municipal da Cultura, Jonivânio Cassuada, para não exibição da peça teatral, justificando que se tratava de uma actividade de caracter cívico-político. Por este motivo é inaceitável a exibição da peça “A Paz Podre.”


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Enquanto responsável do grupo de teatro, tive uma conversa com Director Municipal da Cultura, Jonivânio Cassuada, com vista a evitar a proibição da peça. Não tive êxitos.
Poucos minutos antes da hora marcada para o arranque da actividade, outras personalidades ligadas a instituição fizeram questão de dizer que a razão principal da proibição é o conteúdo da peça.


O conteúdo da peça teatral é resultado da adaptação de dois capítulos do livro “Ferramentas Para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura” de Domingos da Cruz e a actividade seria realizada mediante parceria entre o grupo de teatro e o Movimento Lev´Arte, os quais já tem organizado actvidades conjuntas no mesmo espaço há quase dois anos. Actividades essas que nunca foram impedidas, facto que nos leva a concluir que a proibição da exibição da peça teatral foi motivada por razões políticas, e olhando também para o número e a identidade das pessoas que nos importunaram, sabemos que estão ligadas aos serviços secretos. E alguns fizeram-se presente no referido local.


A censura da peça “A Paz Podre e a Fuga do Mwata Mwibi” é um facto que reafirma mais uma vez a natureza conhecida do regime. Por outro lado, a proibição viola a liberdade artística e criativa. Assim como a liberdade de expressão e de comunicação em geral.

Club-K

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