José Eduardo dos Santos, expressou o desejo de ter Jonas Savimbi como vice-presidente da República de Angola. No entanto, o Bureau Político rejeitou essa ideia



No dia 24 de setembro de 1995, Jonas Savimbi e o presidente José Eduardo dos Santos reuniram-se novamente em Franceville, no Gabão, com a mediação do presidente Omar Bongo. Surpreendentemente, Savimbi e dos Santos optaram por conversar a sós, mas contavam com a presença de seus assessores quando necessário. Abel, um colaborador próximo de Savimbi, estava presente para esclarecer detalhes, enquanto dos Santos contava com o jurista Carlos Maria Feijó, chefe da Casa Civil do presidente da República.


Durante esses encontros, os generais João de Matos e Ben-Ben também participaram, discutindo questões militares. Em Franceville, nesse segundo encontro, José Eduardo dos Santos propôs a criação do cargo de vice-presidente, a fim de acomodar Jonas Savimbi. No entanto, as competências desse novo cargo foram motivo de longas discussões.



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Além disso, o presidente José Eduardo comunicou a Jonas Savimbi que estava enfrentando dificuldades financeiras e sugeriu que a UNITA cedesse uma área do território diamantífero para ajudar a resolver o problema. Savimbi concordou com a proposta. Assim, uma equipe foi formada, composta pelo general Higino Carneiro, representando o governo, e pelo general Bock, representando a UNITA. Eles foram para as Lun das e conseguiram libertar a zona do Luó. A UNITA retirou seu pessoal e tropas, e o governo enviou a polícia e outras estruturas para assumir o controle da área.


De volta a Luanda, Abel recebe a notícia de que o Bureau Político rejeitou a ideia de colocar Jonas Savimbi como vice-presidente. O MPLA argumentou que, nesse caso, deveriam existir dois vice-presidentes para evitar que, na ausência do presidente José Eduardo dos Santos, o líder da UNITA assumisse a presidência. Os membros do Bureau Político do MPLA temiam que, aproveitando-se dessa situação, Savimbi tentasse chegar ao poder total por meio de um golpe de Estado.


Savimbi recebeu a notícia com tranquilidade, provavelmente já esperava por essa decisão. Nos meses seguintes, os confrontos entre as guerrilhas da UNITA e as forças governamentais se intensificaram, violando o que estava estabelecido no Protocolo de Lusaka. Na época, as Forças Armadas Angolanas (FAA) contavam com cerca de 500 mercenários da empresa Executive Outcomes (EO). Sob pressão dos Estados Unidos, o governo angolano concordou em rescindir o contrato com a EO. No entanto, muitos dos mercenários da empresa permaneceram no país, agora trabalhando para empresas de segurança privadas, especialmente nas áreas diamantíferas.

José Agualusa em - VIDA E MORTES DE ABEL CHIVUKUVUKU: UMA BIOGRAFIA DE ANGOLA


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