Angola terá um satélite de meteorologia está para reforçar a monitorização do tempo e clima no território nacional, assegurou, terça-feira, em Luanda, o ministro das Telecomunicações Tecnologias de Informação e Comunicação Social, Mário de Oliveira.
Ao intervir no painel ministerial, enquadrado na III edição da NewSpace Africa (Conferência Espacial de África 2024), que decorre na capital angolana de 2 a 5 deste mês, disse que o país pretende dispor de um satélite de observação da terra, tendo em conta a extensão do território nacional.
“Temos na forja a concessão de um satélite de meteorologia, mas depois vamos passar para o satélite de observação da terra, porque o nosso país é extenso e tem um grande potencial de recursos naturais, com destaque para o petróleo, a agricultura e ao mbiente”, destacou.
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Para esse desafio, o ministro considerou importante a colaboração da academia, que deve desempenhar um papel crucial para alcançar as metas preconizadas, que passam pela concessão do satélite de observação e de meteorologia. Por outro lado, o ministro apontou a constituição da Agência Espacial Africana como um sinal importante para o desenvolvimento desta indústria, que começa a dar os primeiros resultados.
No âmbito nacional, Mário de Oliveira recordou que o Governo angolano começou a dar os seus primeiros passos há 15 anos, em colaboração com parceiros internacionais, visando o desenvolvimento da indústria espacial angolana.
Essa empreitada, prosseguiu, permitiu a elaboração do Programa Espacial Nacional que culminou com a colocação em órbita de um satélite de comunicações (Angosat-2), contando com o contributo de quadros nacionais formados em grandes universidades internacionais. Por seu turno, o ex-ministro do Ensino Superior do Burkina Faso e Líder do Projecto BurkinaSat-1, Fréderic Ouattara, destacou que o seu país dispõe de capacidade local voltada às questões espaciais.
O responsável realçou a existência de três eixos ligados à redução da pobreza, através da capacitação em escolas de formação com segmentos especiais e utilização de dados, qualificando os estudantes. Avançou que o outro eixo está voltado à montagem de complementos, para ter um satélite, testagem e lançamento, bem como a estação terrestre que já foi concebida com o envolvimento dos estudantes universitários.
A formação profissional e licenciatura, envolvendo estágios, também constam da estratégia. Na ocasião, o presidente interino da Autoridade Nacional de Sensoriamento Remoto e Ciências Espaciais do Egipto, Islam Abou El-magd, afirmou que o seu país está um pouco avançado no programa especial, particularmente na questão da terra.
Apontou que o avanço registado na tecnologia espacial, diz, essencialmente, respeito às infra-estruturas. Referiu que as instalações existentes no Egipto estão disponíveis para partilhar com as outras instituições africanas ligadas à área espacial. “Podemos produzir satélite que podem ser lançados, precisando apenas fortalecer essas infra-estruturas. Temos diferentes laboratórios que apoiam as diferentes estações espaciais”, assegurou.
Acrescentou que, na área académica e recursos humanos, foram criados mais de 400 programas espaciais no país, que vai permitir criar o ecossistema espacial disponível para o Egipto e para o continente.
A III edição da NewSpace Africa é o maior evento espacial do continente organizado pela Space in África, em parceria com a União Africana e o Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), reunindo decisores, representantes de governos, líderes de academias e da indústria espacial africana, num ambiente que vai procurar analisar o papel do espaço na redução do fosso da pobreza.
O evento conta com stand da NASA (Agência Espacial dos EUA), da Agência Espacial Europeia (ESA), da SANSA (África do Sul) e da KSA (Quénia). O certame reúne também representantes de 54 países, com destaque para os emissários da NASA, agência espacial europeia, bem como da Rússia e da China.
Angop
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