O presidente honorífico da federação angolana de futebol, o empresário e deputado reformado Armando Augusto Machado, o Machadinho, já foi um granda camba meu. Conhecemo-nos pessoalmente em finais dos anos 80, numa viagem a Lubumbashi do Petro de Luanda, para jogar a segunda mão dos 16 avos de final da antiga taça africana dos clubes campeões, ele como presidente do tricolor e eu como jornalista do Jornal de Angola, numa delegação chefiada pelo Likas, meu puro «inimigo de estimação» à época (vem aí uma crónica sobre isso para um quinzenário). O nosso sangue conjugou, como sabula o povo.
Tanto assim, que eu passava por ele quase todos os dias úteis, quando fosse à faculdade de direito da Agostinho Neto, que era ali onde é hoje o ministério das relações exteriores. O escritório do homem situava-se aí ao lado, à época em que era sócio da Cosal, a representante da Hyundai em Angola. À ida ou à saída da escola, lá privávamos uns minutos. Quando ele não estivesse, distraía-me com o Augusto Junça, que bumbava lá.
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Nessa altura, apesar do Machadinho andar aí a distribuir hyundais por boa malta da imprensa desportiva, em especial da rádio nacional, no âmbito da minha «boelice peditória», fiquei mbora com vergonha de lhe pedir um carro, quando, pelo nível da nossa amizade na altura, até dois podiam cair. Pouco depois, ele saiu da Cosal.
Mais tarde, o camarada chega a presidente da federação. A nossa amizade continuou, embora já sem a intensidade dos tempos da Cosal, até que deixamos de privar, não me lembro exactamente quando, mas suponho que foi assim que ele saiu da FAF.
Há dias, ouvi-o à conversa com o José Rodrigues, no «Café da Manhã» da LAC. Gabarola como sempre, lá dissertou sobre a sua vida, como cidadão, empresário, dirigente desportivo e político.
Anotei em especial as revelações de que apanhou uma senhora sova da UNITA, quando o pessoal e alguns povos do MPLA estavam a fugir do Huambo em 1975, depois de vendido pela tropa tuga, com quem ia para Luanda, tendo sido salvo por um tenente das Fala que era filho dum grande amigo seu. Só que teve de regressar ao Huambo, donde saiu já não sei como, pois, não o ouvi a contar.
Mas, ouvi-o a gabar-se de ter oferecido ao Glorioso as herdades da família no Huambo, gesto que lhe valeria a mansão que tem na Vila Alice, oferta do presidente José Eduardo dos Santos, em compensação pelo que fizera.
Ouvi-o ainda a dizer que agora vive para os netos, filhos das suas três filhas, que só gostam de músicos ou assim. Uma é esposa do Big Nelo, outra tem filho com o C4 Pedro e uma terceira que é companheira do Pataca, que deve ser DJ.
Falou que está bem financeiramente, a ponto de não ter problemas quando chega a hora de ajudar algum amigo em dificuldades.
Aí o meu alarme disparou, já que tinha tudo para me candidatar a uma doação do presidente honorífico da FAF.
Pedi a um avilo o contacto do gajo e num dia desses liguei para ele. O homem afinal anda algo distraído que não sabia que o Salas Neto estava cego. «Tens o meu número, pelo que depois liga para marcarmos um encontro», disse o Machadinho, que se encontrava a fazer exames numa clínica.
Eu acho que não vou nada ligar, para lutar por uns trocados do Machadinho. Se na hora dos hyundais não me curvei, por maioria de razão, não devo fazê-lo agora. Os meus netos não achariam graça nenhuma nessa capitulação.
Vou apenas enviar um «songa» bem grande para ele e outro para o Lino Damião, que foi quem me ensinou esta saudação especial. Atenção à jogada!
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