Vice-presidente do MPLA humilha empregados domésticos



A vice-presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Luísa Damião, está no centro de uma controvérsia após relatos de desrespeito a trabalhadores domésticos.

O Imparcial Press soube que o incidente mais recente ocorreu na casa de sua filha, localizada no projecto Nova Vida, em Luanda, onde uma professora reformada contratada para ministrar aulas particulares ao seu neto (que tem síndrome de Down) foi alvo de destrato, resultando no abandono do emprego por o justa causa.

De acordo com informações obtidas por este jornal, a professora, cuja identidade omitimos propositadamente, teria sido submetida a tratamento desrespeitoso por parte de Luísa Damião durante o desempenho de suas funções na residência da família, ou seja, da filha, levando-a a tomar a decisão de abandonar o emprego.

"Ela [Luísa Damião] não tem educação. Sempre que fosse visitar a filha, me reparava de uma forma inapropriada, de cima para baixo, abaixando a minha autoestima", disse a vítima, acrescentando que “nem cumprimentar as pessoas ela sabe. Era um desprezo total".



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De acordo com a mesma, todas as vezes que a vice-presidente do MPLA se deslocava a casa da filha para efectuar uma visita manifestava o mesmo comportamento condenável.

"Uma das empregadas disse-me que era uma atitude recorrente dararte delc [Luísa Damião]. Ela chegava com os seus seguranças e passava sem cumprimentar as pessoas que lá se encontravam a trabalhar. Apenas dirigia palavras à filha e o resto era reparado como se fôssemos lixo", lamentou ao Imparcial Press.

Convidada para comentar sobre o caso, a socióloga Marieth da Costa começou por dizer que é um exemplo perturbador do desrespeito frequentemente direcionado aos empregados domésticos em nossa sociedade.

"O desrespeito demonstrado por Luísa Damião é inaceitável e deve ser condenado veementemente. Os empregados domésticos desempenham um papel crucial em muitos lares, cuidando das necessidades diárias e contribuindo para o bem-estar das famílias. No entanto, muitas vezes são tratados como cidadãos de segunda classe, sujeitos a abusos verbais, físicos e emocionais por parte de seus empregadores", salientou.

Conforme a mesma, “é fundamental reconhecer que todos  os trabalhadores, independentemente de sua ocupação ou posição na sociedade, merecem respeito e dignidade no local de trabalho. Isso inclui o direito a um ambiente de trabalho seguro e livre de assédio, bem como o pagamento justo e o tratamento humano".

Para Marieth da Costa, “o facto de uma figura pública tão proeminente se envolver em comportamento desrespeitoso e degradante ressalta uma questão mais ampla sobre a dignidade e os direitos dos trabalhadores domésticos em Angola".


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