A Angola divulgada pelos telejornais da mídia pública continua a mostrar um país que cresce económicamente todos os dias, rumo ao desenvolvimento sustentável.
Prova disso é que a "notícia", segundo a qual, "95% dos jovens já realizaram o sonho da casa própria em Angola". Por alguns instantes parecia um "meme" com um elevado teor anedótico, típico das redes sociais.
Contudo, depois de acompanhar a reportagem na íntegra, emitida pela TV Zimbo, ontem (02.05.2024), deu para perceber que estávamos diante de mais uma notícia propagandista e descompassada com a realidade angolana.
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O representante do governo ao fazer uma afirmação do género demonstra um total desfasamento entre os dados oficiais do Executivo angolano e a realidade objectiva dos jovens.
A prática revela que o sonho da casa própria em Angola, ainda, é uma miragem para maior parte da juventude angolana. Ou seja, o acesso à habitação em Angola ainda é uma problemática, sem fim à vista.
A explicação é simples! Muitos jovens estão desempregados e outros não têm capacidade salarial para comprar ou aderir aos projectos imobiliários promovidos pelo governo, muito menos, às iniciativas privadas que custam uma fortuna, que está ao alcance do pacato cidadão.
Vale lembrar que, Angola é o terceiro na lista dos países africanos com população mais jovem em 2024. Porém, esta franja da população em idade economicamente activa, maior parte tem dificuldade de abandonar a casa dos pais ou vivem de renda, muitas vezes, sem dignidade.
Portanto, o Estado não deve se exonerar das suas responsabilidades de garantir habitação condigna aos cidadãos, muito menos continuar a forjar números relactivamente a política habitacional no país.
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