O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou recentemente os dados mais recentes sobre o comportamento da inflação em Angola, revelando que a província do Namibe ultrapassou Luanda e se tornou a região mais cara para se viver no País. Estes dados constam de um relatório detalhado de 30 páginas, ao qual a revista Outside teve acesso, e oferecem uma visão aprofundada das dinâmicas económicas que estão a moldar o custo de vida nas diferentes províncias angolanas.
De acordo com o documento, a taxa de inflação em Angola registou uma nova queda, marcando uma diminuição de 0,81% ao longo dos últimos três meses de 2024. Embora a tendência seja de desaceleração, o Namibe destacou-se como a província onde o aumento dos preços foi mais significativo, desbandando a capital Luanda, que historicamente ocupava o topo desta lista.
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O relatório do INE sublinha que as províncias que registaram as menores variações nos preços foram Cuanza Sul (1,20%), Huambo (1,28%) e Benguela (1,32%), demonstrando uma relativa estabilidade nos custos de vida. Em contrapartida, o Namibe apresentou uma variação homóloga de 31,09%, um aumento substancial de 18,97 pontos percentuais em comparação com o período homólogo, Julho de 2023.
Entre as diversas categorias de bens e serviços analisadas, a classe “Saúde” destacou-se como a que mais influenciou o aumento geral dos preços, com uma variação de 2,31%. Este incremento reflecte, na maioria, os custos crescentes dos medicamentos e serviços médicos na província. Além disso, outros sectores também registaram aumentos significativos, nomeadamente “Educação” (2,08%), “Hotéis, Cafés e Restaurantes” (1,94%) e “Alimentação e Bebidas não Alcoólicas” (1,86%), contribuindo para o encarecimento do custo de vida no Namibe.
A subida do Namibe para o posto de província mais cara para se viver levanta questões importantes sobre as condições económicas e sociais da região.
O INE destaca ainda que a variação homóloga da inflação registou uma ligeira aceleração de 0,09 ponto percentual em comparação com o mês anterior, o que poderá indicar uma tendência de aumento gradual dos preços nos próximos meses. Esta situação requer uma atenção redobrada das autoridades para evitar que a inflação se torne um obstáculo ao desenvolvimento económico equilibrado entre as diferentes regiões do País.
Com o Namibe agora a liderar como a província mais cara, há uma expectativa crescente de que tanto o Governo Central quanto as administrações provinciais implementem medidas para mitigar os efeitos da inflação sobre os residentes, garantindo que o crescimento económico não se traduza em maiores desigualdades regionais.
Este fenómeno de aumento de preços no Namibe serve como um indicador da necessidade de políticas económicas mais ajustadas e uma gestão mais eficaz dos recursos, para que o crescimento e a prosperidade possam ser distribuídos de forma mais equitativa entre todas as províncias de Angola.
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