"MEMÓRIAS DA FNLA" VAI LÁ EM CIMA E TOMA CONTA DAQUELE BRANCO. A ORDEM TINHA SIDO DADA SE USANDO ESTES ERMOS.
Quando cheguei lá em cima, apanhei um susto. A ordem me tinha sido dada assim, se usando estes termos pelo comandante chefe da delegação, Barrete, se a consciência não me trai.
Eu tinha acabado de regressar ao país depois de uma passagem pela região da província do baixo Zaire, da famosa e tenebrosa base militar do Kinkuzo. E tinha sido destacado nessa delegação da FNLA que ficava no Cazenga, não longe da base da ODP, próximo ao tanque.
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Eu não fazia a mínima ideia de que branco se tratasse, se era algum detido feito pela FNLA ou se era seu soldado punido.
Quando cheguei lá em cima, no terraço, apanhei um susto, tal que até quase caí de cú. Ao me deparar com um branco grandalhão, barbudo e bem treinado que vivia lá no terraço com uma mulher negra bailunda.
Pouco depois, fiquei sabendo que se tratava do famoso Passarão. Falei pouco com ele porque eu era quase sempre o mesmo.
Indicado para ir fazer parte das forças integradas pelo ELNA, meu posto de serviço, com mais três soldados — sendo um do MPLA, UNITA e do exército português — era no portão do porto de Luanda.
Exatamente nesta única vez que tomei conta dele, nunca mais voltei a vê-lo, porque me encontrava de serviço no portão do porto de Luanda como de costume. A guerra tinha iniciado com o desmantelamento das delegações da FNLA nos bairros.
E mesmo lá do porto de Luanda, organizei a minha deserção da FNLA para o MPLA. Armado até aos dentes com uma mini metralhadora, em pleno dia de confronto intenso, rumei até à delegação do MPLA na Vila Alice, como já contei em crônica anterior relacionada ao tema.
A delegação do MPLA.
Fernando Vumby
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