Angolanos afirmam que não conhecem a Vice-Presidente da República e não sabem qual é a sua função



O Lil Pasta News realizou uma extensa viagem por Angola, durante um mês e cinco dias, para entender a percepção da população sobre a Vice-Presidente da República, Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa. Desde que assumiu o cargo em 15 de setembro de 2022, após as últimas eleições gerais, a figura da vice-presidente parece estar envolta em um manto de invisibilidade e desinteresse popular. 

Durante as visitas a dez das vinte e uma províncias do país, a equipe do Lil Pasta News entrevistou uma diversidade de cidadãos, desde comerciantes a professores e trabalhadores informais. A resposta mais comum foi a perplexidade: muitos dos entrevistados não apenas desconheciam o nome da vice-presidente, mas também sua função e ações enquanto ocupante do cargo. “Não sei o que ela faz, nunca ouvi falar dela”, afirmou um jovem estudante em Luanda, refletindo a opinião de muitos.



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Um dos aspectos mais alarmantes é a ausência de presença da vice-presidente na mídia nacional. Vários cidadãos relataram nunca terem visto Esperança Maria na televisão ou em eventos públicos. “Angola não tem um auxiliar do presidente. A atual vice-presidente não faz nada”, declarou um empresário em Benguela, demonstrando a frustração com a falta de atividades visíveis por parte da vice-presidência.

Este cenário levanta questões sobre a eficácia e a relevância do cargo. Para muitos, a vice-presidência parece ser um título honorífico, sem impacto real na vida cotidiana das pessoas. “Estamos mais preocupados com a falta de energia e água nas nossas casas do que com quem é a vice-presidente”, comentou uma dona de casa em Huambo.

Os angolanos esperavam que a vice-presidente desempenhasse um papel ativo, especialmente em áreas críticas como saúde, educação e infraestrutura. Contudo, a percepção é de que sua atuação tem sido praticamente inexistente. “Ela poderia fazer tanto, mas parece que está apenas ocupando espaço”, lamentou um professor em Lubango.

Essa desconexão entre a vice-presidente e a população tem raízes em uma cultura política que muitas vezes ignora a comunicação e a transparência. Com a crescente insatisfação em relação ao governo, a figura da vice-presidência poderia ser uma ponte para o diálogo, mas, até agora, esse potencial não foi explorado.

À medida que Angola enfrenta desafios econômicos e sociais significativos, a necessidade de uma liderança visível e proativa se torna ainda mais urgente. Os cidadãos anseiam por representantes que se preocupem genuinamente com seu bem-estar e que estejam dispostos a trabalhar em prol do progresso do país.

Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa tem a oportunidade de reverter essa imagem de invisibilidade, mas, para isso, precisará se engajar mais ativamente com a população e demonstrar que sua posição é mais do que um mero título. A construção de uma conexão real com os angolanos não só beneficiaria sua imagem, mas também poderia inspirar confiança nas instituições do governo.

A falta de reconhecimento da Vice-Presidente da República de Angola é um reflexo das expectativas não atendidas de uma população que busca líderes que façam a diferença. Sem ações concretas e uma presença significativa, a vice-presidência corre o risco de se tornar apenas mais uma figura esquecida na história política do país. Para que isso não aconteça, é imperativo que haja um esforço renovado para se conectar com os cidadãos, ouvir suas preocupações e, principalmente, agir em prol de um Angola mais próspera e inclusiva.


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