Ao ver essas miúdas na foto, fardadas e marchando, para quem foi militar e que conheceu grande parte delas, como eu, o primeiro sinal que sinto é o do coração ardendo.
Enquanto seus nomes começam a se desfilando nesta minha memória, de onde eu me recuso a delatá-las como se fossem arquivos sem valor nem importância.
Pois, se há momentos nas nossas vidas em que paramos para pensar, é este ao me recordar do passado e das tantas miúdas que conheci na tropa, com quem vivenciei e com duas delas até tive uma relação amorosa oficial.
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Entretanto, há outros momentos em nossas vidas em que precisamos avançar para não ficarmos com aquela sensação em que o coração pára de bater e não sabemos se vai voltar a bater.
Elas eram tão jovens como eu era: a Lourdes, a Ludovina, Caty do Xavita, Carmita, Manuela, Penina, Merita, Lalê da Vila Alice do Quintino, Carlota e a Luísa Fontes.
Todas elas comigo em Cabinda. Essa última foi violada por um grupo de militares na cadeia de S. Paulo, ainda lutou, mas acabou executada.
Quem se recorda dela?
Morou na rua B4, uma rua onde, além dela, foram mais três irmãos do mesmo pai e da mesma mãe, também militares, eliminados igualmente, os manos Santos.
Porra!
Vivemos e aguentamos de tudo um pouco na tropa, e até momentos em que parecia que nada fazia sentido.
Mas como o sentido da vida nos aconselhava e obrigava, para não ficarmos parados, seguimos em frente para elas serem mortas assim como foram pelo próprio MPLA?
Fernando Vumby
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