“O vento não leva as palavras, tampouco as atitudes. Elas ficam arquivadas na memória surtindo o efeito com o qual saíram”.
(Autor desconhecido)
“Eu parei de acreditar em palavras e passei a prestar atenção nas atitudes, porque o comportamento nunca mente”
(Autor desconhecido)
Desde os “imemoriais” tempos de José Eduardo dos Santos que os ouvidos dos angolanos são impiedosamente castigados com a ladainha da diversificação da economia.
O falecido Presidente da República agarrou-se ao clichê da diversificação quando, na década de 80, pareceu, finalmente, entender que a petrodependência jamais promoveria o desenvolvimento do País.
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Além de recurso esgotável, o preço do mercado varia de acordo com os bons ou maus humores que Angola não controla. Qualquer actor relevante no cenário mundial – Trump, Putin, Xi Jin Ping, ou Benjamin Netanyau pode, de um momento para outro, decidir o preço do crude no mercado internacional.
Eleito em 2017, João Lourenço chegou ao poder repetindo o que os angolanos já estavam fartos de ouvir sem qualquer expressão prática.
Numa entrevista que então concedeu à agência espanhola de notícias – EFE -, o então já eleito Presidente de Angola disse que se revia em Deng Xiaoping, o pai das reformas económicas que fizeram da então atrasada China no país com maior crescimento económico do planeta.
As reformas empreendidas pelo visionário líder chinês tiveram como foco a modernização da agricultura, da indústria, do comércio, da ciência e da indústria militar.
Quase oito anos depois e faltando pouco mais de ano e meio para o fim do seu segundo e último mandato, o que o Presidente João Lourenço apresenta hoje como realizações visando a diversificação da economia são palavras sem qualquer correspondência com a prática.
Depois de, na prática, desistir da diversificação da economia, o Presidente João Lourenço está agora essencialmente focado na diversificação dos fornecedores e tipos de equipamentos militar.
Maioritariamente treinadas e equipadas de acordo com a escola militar russa, em Dezembro de 2022 as Forças Armadas Angolanas ouviram o seu Comandante-em-Chefe dizer que o Governo angolano estaria interessado em adquirir armamento americano” como parte de um programa da sua reorganização.
Entrevistado por João Santa Rita, da Voz da América, João Lourenço disse que os Estados Unidos seriam o parceiro ideal para rearmar as FAA. “Nós queremos ver os Estados Unidos da América a participar no nosso programa de reequipamento das nossas forças armadas”, disse João Lourenço, quem recordou que “até hoje” as Forças Armadas Angolanas têm apenas “técnica soviética. Nós entendemos que chegou o momento de darmos o salto para rearmarmos as nossas forças armadas também com equipamento da NATO e olhamos para os próprios Estados Unidos como o parceiro ideal para nos ajudar a fazer essa transição”, disse.
De 2022 para cá não é público o que os Estados Unidos fizeram para rearmar as FAA. O (muito) pouco que se sabe é que os Estados Unidos apoiaram firmemente a modernização da base militar do Soyo.
Mas, além de armamento norte-americano e da NATO, o Presidente João Lourenço pretende estender a diversificação do equipamento militar das FAA à China.
É o que diz o Despacho Presidencial n.º 77/25, através do qual o Presidente da República autoriza a “celebração do Acordo Individual de Financiamento entre a República de Angola, representada pelo Ministério das Finanças, e a empresa China National Aero-Technology Import & Export Corporation - CATIC, no valor de USD 36 099 439,25, para a cobertura de 85% do valor do contrato comercial para a compra e venda de equipamentos e meios militares para o Ministério da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria”.
No Despacho, o Presidente da República “autoriza a Ministra das Finanças, com a faculdade de subdelegar, a proceder à assinatura do referido Acordo de Financiamento e toda a documentação relacionada com o mesmo, em nome e em representação da República de Angola”.
Ou seja, o “nosso” Deng Xiaping está, apenas, focado na diversificação de equipamentos militar.
Provavelmente, toma como errada a aposta do “seu mentor” na modernização da agricultura, indústria, comércio e da ciência, com o que transformou a China na pujante economia que hoje disputa a hegemonia mundial aos Estados Unidos.
No fundo, é como diz o ditado, de autoria desconhecida: “Atitude! Porque palavras o vento leva”.
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