É legítimo que, numa democracia, existam vários representantes políticos, eleitos para levar as preocupações do povo à Assembleia da República, a casa das leis. No entanto, em Angola, a proliferação de partidos políticos tornou-se um fenómeno preocupante. Muitos destes partidos não nascem de uma ideologia, de um propósito nacional ou de um compromisso com o desenvolvimento do país. Pelo contrário, são criados por figuras que já passaram por outras formações políticas e que, por divergências pessoais ou sede de protagonismo, optam por abandonar os seus antigos partidos e fundar novos.
Faltam dois anos para as próximas eleições, e já se nota o reaparecimento de certos partidos políticos. Mas a pergunta que o povo deve fazer é: o que é que esses partidos realmente têm para oferecer? Se os seus líderes já estiveram no cenário político e não saíram por uma causa maior, mas sim por desentendimentos internos ou pela ambição de liderar a qualquer custo, será que trazem algo de novo? Será que representam uma verdadeira mudança ou são apenas mais do mesmo?
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Ser oposição é fácil. Apontar falhas, criticar o governo, ler discursos inflamados escritos em folhas A4, tudo isso qualquer um pode fazer. Mas governar? Governar exige visão, exige coragem, exige compromisso real com o povo. É enfrentar os desafios do dia a dia, trabalhar com as instituições, tomar decisões difíceis, suportar a pressão nacional e internacional. Quantos destes novos partidos e dos seus líderes têm essa capacidade? Quantos estão realmente preparados para transformar Angola?
A população precisa de estar atenta. Quem são os rostos por trás destes novos partidos? O que realmente os move? Quais as soluções que apresentam para os problemas do país? Porque abandonaram os partidos onde antes militavam? Se não foram capazes de lutar internamente pelas mudanças que desejavam, como poderão agora liderar um país inteiro?
O mais alarmante é que muitos destes partidos não hesitam em procurar o poder a qualquer custo. Fazem coligações oportunistas, sem qualquer coerência ideológica, apenas para garantir lugares no parlamento ou chegar ao poder de forma mais fácil. Mas uma coligação não deve ser uma simples soma de interesses pessoais – deve ser construída sobre valores, princípios e objetivos comuns. E isso, na política angolana, é cada vez mais raro.
Angola precisa de mudança, mas não de ilusões. O país precisa de sangue novo, de líderes com visão, de políticos que estejam dispostos a colocar o povo acima das suas ambições pessoais. O que Angola não pode mais aceitar são grupos de cidadãos que apenas usam o nome do povo como trampolim para os seus próprios interesses. O que está em jogo não é apenas uma eleição é o futuro da nossa nação.
_Texto de Silvana dos Santos_
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