No próximo dia 11 de Novembro de 2025, Angola celebrará 50 anos de Independência. Meio século de liberdade conquistada com sangue, sacrifício e bravura de filhos desta pátria, de Cabinda ao Cunene, que se insurgiram contra o jugo colonial português. Esses heróis lutaram para que os angolanos pudessem decidir o seu destino, em liberdade e soberania.
Entretanto, passados esses anos, ainda enfrentamos desafios que travam o nosso verdadeiro desenvolvimento. Após a independência, vivemos um longo conflito interno que durou 27 anos, dividindo irmãos e deixando cicatrizes profundas. Hoje, embora em paz, continuamos atrasados em muitas áreas vitais para o bem-estar do nosso povo.
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Chegou a hora de refletirmos seriamente: De onde viemos? Onde estamos? E para onde queremos ir como Nação?
Sim, já fizemos avanços importantes. Mas o que alcançámos ainda é pouco diante do que precisamos e merecemos como povo. Um dos maiores entraves ao nosso progresso tem sido a forma como muitos partidos políticos e movimentos organizados têm atuado no espaço público. Infelizmente, temos assistido à priorização do partidarismo sobre o patriotismo, onde militantes são instruídos ou incentivados a serem mais leais ao partido do que à Pátria.
Essa postura tem conduzido a uma luta constante e desgastante: de um lado, uns lutam para ganhar eleições a qualquer custo; de outro, lutam pela manutenção do poder a qualquer preço. Essa disputa desenfreada não tem Angola no centro, e o resultado é o atraso contínuo da nossa Nação.
É fundamental compreender que antes de sermos militantes, somos angolanos. O compromisso maior de cada cidadão deve ser com Angola – com a sua paz, estabilidade, progresso e dignidade. Um verdadeiro patriota não sabota o país por ambição política, nem defende o seu grupo quando este prejudica a Nação.
A Pátria precisa de filhos que a amem acima dos partidos, das ideologias e dos interesses pessoais. Precisamos de um novo pacto cívico, onde todos – independentemente das convicções políticas, religiosas ou ideológicas – se unam por uma causa comum: o bem de Angola. Nenhum partido, religião ou associação pode estar acima do interesse nacional.
As nossas organizações políticas devem cultivar nos seus membros o espírito de civismo, o respeito pelas instituições, o fair play, e a cultura democrática. Saber ganhar e saber perder são sinais de maturidade política e respeito pelo coletivo. Ninguém ganha tudo nem perde tudo – ganha-se ou perde-se momentaneamente, mas Angola é para sempre.
O futuro da nossa Nação está nas mãos de patriotas comprometidos, não de militantes cegos.
Viva Angola! Viva a Independência! Viva o patriotismo verdadeiro!
José Cabanga - cidadão patriota.
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