Há 50 anos, os angolanos celebravam a tão esperada independência de Portugal. Gritou-se liberdade, dançou-se nas ruas, acreditou-se num futuro melhor. No entanto, cinco décadas depois, muitos desses mesmos angolanos, ou os seus filhos e netos, voltam as costas ao seu país não por escolha, mas por necessidade e vão ao encontro do antigo colono, agora na condição de imigrantes. Que ironia amarga. A promessa da independência foi burlada, vendida ao povo como um bem comum, mas sequestrada por uma elite gananciosa.
É impossível calar diante da tragédia nacional que Angola se tornou. A independência não pode ser reduzida à mera retirada do colonizador; a verdadeira independência é económica, social e humana. Hoje, o país está nas mãos de dirigentes que confundem governo com negócio familiar, que transformaram o Estado num mecanismo de enriquecimento ilícito. Enquanto os cofres públicos financiam luxos, as escolas desmoronam, os hospitais tornam-se matadouros e o povo morre lentamente, abandonado.
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Nos postos médicos, falta o mínimo: luvas, seringas. E os profissionais, muitos deles mal pagos. Pacientes aguardam meses por uma cirurgia que talvez nunca chegue, enquanto autoridades viajam para o exterior para tratamentos de saúde. Os hospitais públicos parecem campos de batalha, com pessoas deitadas ao relento, esperando um atendimento que nunca será digno. A saúde em Angola virou lotaria: quem pode pagar sobrevive, quem não pode morre.
A juventude, sem futuro, sonha com a fuga. Aceita qualquer emprego em Lisboa, Paris ou São Paulo. Angola, terra riquíssima, expulsa os seus filhos por incapacidade de lhes garantir dignidade. A independência que deveria significar liberdade e prosperidade, virou prisão e miséria. E a culpa não é do antigo colono é de quem nos dirige hoje, com mãos sujas de corrupção e bolsos cheios de dinheiro do povo.
A ganância matou o sonho da independência. A pátria que deveria ser casa tornou-se inferno. O povo angolano merece mais do que palavras em discursos oficiais; merece ação, respeito, justiça. Ainda há tempo para mudar mas será preciso coragem para quebrar esse ciclo de silêncio, medo e conveniência.
Cinco décadas depois, é justo perguntar: de que serviu a independência, se o povo continua escravo?
Luís de Castro.
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