Discurso de Sua Excelência João Manuel Gonçalves Lourenço Presidente da República de Angola e Presidente em Exercício da União Africana na XVII Cúpula dos BRICS



Sua Excelência Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República Federativa do Brasil;


Suas Excelências Chefes de Estado e de Governo;


Minhas Senhoras, Meus Senhores;


É com elevada satisfação que aceitei o convite para estar aqui, na qualidade de Presidente em exercício da União Africana, a fim de acompanhar as sessões de trabalho em que, durante estes dias, nos debruçaremos sobre um tema que constitui preocupação central dos países africanos. O lema “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável” nos guiará na busca de soluções construtivas e equilibradas para os problemas do mundo atual.


Vim a esta Cimeira dos BRICS convencido de que estamos no palco apropriado para abordarmos e trocarmos ideias sobre o potencial do Sul Global para aprofundar a cooperação multilateral, desenvolvendo parcerias sólidas que fomentem o desenvolvimento social e econômico de nossos países.


Os países que compõem os BRICS trazem visões e experiências diversas, mas uniram-se em torno de aspirações comuns. Essa união se dá longe da lógica da confrontação e da imposição de interesses, visando a resolução dos graves problemas ligados à pobreza e desigualdade que afetam uma grande parte da população mundial.


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Não posso deixar de destacar que as nações do Sul Global têm clamado, por décadas, pela inclusão nas discussões sobre fatores de desenvolvimento justos e equilibrados. Sentimos que estamos diante de uma oportunidade real, ao nível dos BRICS, de discutir o financiamento para o desenvolvimento de África e das infraestruturas necessárias para enfrentar os desafios prementes nas áreas de agricultura, saúde, educação, ciência, tecnologia, energia, transportes e telecomunicações.


Esses setores são pilares essenciais para o desenvolvimento das nações africanas. Em fevereiro deste ano, a União Africana decidiu realizar uma grande conferência sobre “Infraestruturas como Fator de Desenvolvimento em África”, que ocorrerá em Angola em outubro, com o objetivo de atrair parcerias que queiram se envolver nesse grande sonho dos africanos.


Excelências,


As nações têm lidado com instituições de governança global criadas após a Segunda Guerra Mundial. Contudo, as profundas mudanças nos últimos oitenta anos exigem um ajuste a novas realidades, um esforço que ainda não atende às expectativas da maioria global.


Os BRICS têm um papel relevante na construção de um maior equilíbrio na discussão sobre a governança mundial, e a urgência de fortalecer o multilateralismo se torna evidente. Este é um fator crucial para mitigar as tensões que enfrentamos ao redor do planeta.


Os BRICS também têm um campo de intervenção fundamental para reequilibrar a ordem econômica mundial, promovendo um comércio mais justo e um investimento menos oneroso para os necessitados. África estruturou sua própria estratégia de desenvolvimento, a Agenda 2063, onde estão definidos os vetores para impulsionar o desenvolvimento do continente.


Temos plena consciência do desafio de incluir África na economia mundial, contribuindo para resolver problemas como a crise alimentar e energética. A boa cooperação entre África e os BRICS reflete um caminho conjunto em direção ao fortalecimento do Sul Global e ao desenvolvimento sustentável.


Esta reunião dos BRICS no Rio de Janeiro ocorre em um momento de grandes incertezas, devido a guerras, conflitos e terrorismo. Advogamos pela resolução pacífica dos conflitos, como entre a Rússia e a Ucrânia, e a necessidade de um fim aos conflitos na RDC e Ruanda, que desestabilizam a região dos Grandes Lagos.


Defendemos o fim do genocídio do povo palestino e a urgência na criação do Estado da Palestina, aplaudindo todas as iniciativas que busquem evitar a escalada de conflitos no Médio Oriente.


Acredito que os BRICS devem priorizar a observância das regras que regem as relações internacionais, promovendo o diálogo e o entendimento com base nos princípios da Carta das Nações Unidas.


Excelências,


Falo em nome de África aqui no Brasil, um país com vínculos históricos profundos com nosso continente, que confere uma sensibilidade especial às preocupações africanas. Por isso, felicito-os pela responsabilidade de liderar os BRICS e pelas iniciativas pertinentes que inscreveram na agenda da vossa liderança.


Muito obrigado!


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