Na grande tradição de Mahalia Jackson, Shirley Caesar e daquela senhora da igreja que sabia repreender Satanás e fritar frango ao mesmo tempo, surge Nair Nany — a incendiária da fé angolana, ministra melódica do louvor, e talvez a única pessoa que já recebeu uma transferência divina de 14.300 euros depois de uma live feita com o telemóvel do pai.
Nair Nany não canta. Ela ministra. Isto, ela fá-lo saber com a certeza de quem não só conheceu Jesus como também parece ter partilhado alinhamentos musicais com Ele. Aos 25 anos, tem a intensidade de quem já viveu o dobro e a convicção espiritual de quem atravessou dois avivamentos, um exorcismo e várias campanhas evangelísticas — tudo no mesmo domingo.
No Fly Podcast — uma espécie de salão luandense para a alma, onde as lágrimas substituem frequentemente os intervalos publicitários — Nany não apareceu para entreter, mas para mudar atmosferas. E mudou.
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O Fly Podcast é, diga-se, uma plataforma brilhante — não apenas pelo seu carisma ou pelos momentos virais, mas porque nos dá acesso a vozes que raramente chegam ao radar mediático. É mais do que conteúdo; é uma espécie de raio-X cultural, que revela o que se passa bem no fundo do inconsciente colectivo angolano. E nesse compartimento subterrâneo de trauma, transformação e testemunho, Nair Nany brilha como um pequeno aparelho de ressonância magnética pentecostal com microfone Bluetooth.
Mas nem sempre foi assim. Em tempos, foi a criança assanhadinha (palavra dela) — ousada, olhos cintilantes, festivamente vestida e, de certa forma, sempre em audições para um biopic da Rihanna. O professor chamava-lhe “estrela” antes de saber o nome, alcunha nascida de uma declaração sua: “Há pessoas que se esforçam para ser estrelas. Eu nasci uma.” A Beyoncé teria corado.
Mas Deus tinha outros planos — menos lantejoulas, mais Escritura. Aos doze anos, Nair ouviu a voz divina: o seu canto faria os cegos ver, os mudos falar. (Os ouvidos? Já estavam rendidos.) Aos treze foi baptizada. Aos catorze, manifestava — alto e bom som. Tornou-se num campo de batalha ambulante entre propósito celestial e maldições hereditárias, muitas vezes a meio de um cântico, de um culto ou de uma fileira de bancos.
Se isto soa dramático, é porque é. E Nair é, bem… bíblica. Fala em versículos e visões. É o tipo de pessoa que mantém 1 Timóteo 6:11-14 aberto na Bíblia como um post-it espiritual: “Tu és uma mulher de Deus.” É também, que se saiba, a única pessoa que foi possuída por um demónio e recebeu um microfone para cantar logo a seguir. “Quando eu cantava,” diz ela, “era Deus a cantar em mim.” Mariah Carey nunca passou por isto.
O que a torna refrescante — além do seu voto sagrado de nunca cobrar — é a sua humildade comicamente sincera. Quando questionada sobre ter convertido toda a família (o pai, antes um cético de copo na mão, é hoje ancião; a mãe, diaconisa), Nair entrega todo o crédito ao Espírito Santo, dizendo com firmeza: “A irmã Nair não converte ninguém.” Ao que se poderia responder: “Talvez não, mas move multidões — e saldos bancários.”
De facto, a sua recusa em cobrar por cantar não é modéstia — é um mandamento. “Deus disse: não cobres. E não trabalhes.” O que nos leva ao punchline recorrente dos seus testemunhos: o dinheiro milagroso. Num deles, um homem que a viu pregar via telemóvel emprestado ligou no dia seguinte para lhe entregar 14.300 euros. Noutro, após recusar patrocínios para um concerto, alguém transferiu 10 milhões de kwanzas. Sem termómetro de angariação, sem MB Way. Só fé — e uma ligação de dados razoável.
Mas não se pense que Nair está a gerir uma start-up evangélica. Ela é clara: o objectivo não é riqueza, é testemunho. “Tudo isso,” afirma, “é sobre a fidelidade de Deus.” E acredita-se nela — não apenas porque o diz, mas porque, de alguma forma, no timbre da sua voz — parte veludo, parte vulcão — sente-se isso.
Hoje, Nair vive o que chama de “vida derramada.” Licenciou-se em contabilidade, mas já não contabiliza nada que não seja graça. Os seus concertos são gratuitos, a voz é feroz, e a sua playlist? Uma mistura de lágrimas, línguas e testemunhos.
Vê-la cantar é presenciar um avivamento disfarçado de actuação. É Beyoncé em Coachella — se Beyoncé decidisse cantar Isaías em vez de Nina Simone, e trocasse o Balmain por jeans e alegria ungida.
Chamam-lhe “Pequena Grande.” E com razão. Nair Nany pode ser pequena em estatura, mas é imensa nas coisas de Deus. Num mundo onde o gospel por vezes soa a mais um género em modo aleatório, ela é a prova de que há vozes que não cantam — rasgam os céus.
Jesus é o seu agente. Nós, os restantes, só queremos arranjar bilhete.
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