Meu povo de cinturão preto — Coque Mukuta

 

Infelizmente, não foi desta vez.

Mas não desanime! Estás de parabéns.

Um dia, a revolução será glorificada.

Reguila. Mal falado. Mas foi capaz.

Meu povo — atenção à chamada:

Osvaldo Kaholo? — Presente.

Miguel Kimbenze? — Presente.

Gildo das Ruas? — Presente.

Jovens desempregados? — Parcialmente presente. 

Jovens com vontade de estudar, mas sem oportunidade? — Parcialmente presente.

Por que parcialmente presente? Onde estão os outros? — Nas prisões e a serem julgados, como na época colonial, senhor!

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Ok. Aos mais de 1.000 jovens anónimos que se encontram nas prisões angolanas, fiquem sabendo que vocês são os verdadeiros revolucionários desta academia. 

Provaram ser dignos do cinturão preto.

Mesmo com a opressão, ficou evidente que a vaidade dos governantes está por um fio.

Provaram que não vale a pena tanta vaidade.

Que a arrogância não intimida!

Que a prepotência é apenas um refúgio!

Provaram, tal como em 1975, que o povo vence. E vencerá sempre.

Provaram ser falsa percepção de que: "Esse povo é burro. O povo não reage."

A passividade do povo foi vencida.

Os mesmos que se dedicam a pejorar o pacato cidadão, hoje, mijando-se nas calças, pediram ao povo para regressar a casa.

O meu povo de cinturão preto sabe quando agir, quando fazer e quando responsabilizar.

Está provado que recolha obrigatória, detenções, condenações e perseguições — são meros ingredientes básicos para qualquer membro desta escola.

Meu povo de cinturão preto:

Estamos juntos. E a luta contínua.

Coque Mukuta

O Decreto

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