Entre a incoerência ideológica e o oportunismo partidário, a trajetória de Noé Mateus simboliza um dos vícios mais recorrentes da política angolana.
Em um cenário político cada vez mais marcado pela fluidez das convicções, Noé Mateus desponta como um exemplo paradigmático da instabilidade e da ausência de coerência que minam a credibilidade da vida pública nacional. O seu percurso, irregular e contraditório, espelha a promiscuidade política que há muito tempo corrói os alicerces éticos da nossa esfera partidária.
Tudo começou quando Noé Mateus surgiu como Presidente do CERA, um projeto político que tinha como ambição apresentá-lo como candidato à Presidência da República. Tratava-se, à época, de uma tentativa de se posicionar como alternativa fora dos tradicionais blocos de poder. Contudo, essa pretensa independência teve curta duração.
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Pouco tempo depois, o mesmo Noé Mateus reaparece como Vice-presidente da APN, partido amplamente reconhecido como próximo ao MPLA, revelando uma reviravolta difícil de explicar do ponto de vista ideológico. E, como se não bastasse, hoje é visto como militante de base do próprio MPLA, encerrando um percurso de contradições que parece ter como única coerência a busca por conveniência.
Essa transição sucessiva entre projetos e siglas não pode ser entendida como evolução política, mas sim como mobilidade oportunista — um comportamento que desvirtua o verdadeiro sentido da militância. Ao transformar a política em mercado e o engajamento em moeda de troca, Noé Mateus representa o “nzungueiro político”, aquele que transita de bancada em bancada, vendendo fidelidades momentâneas ao sabor das vantagens oferecidas.
Mais do que um caso individual, o exemplo de Noé Mateus denuncia um padrão sistémico: o da política feita sem princípios, onde a coerência é sacrificada em nome da sobrevivência e o compromisso público cede espaço ao cálculo pessoal. É essa cultura que impede a renovação ética e o amadurecimento democrático em Angola.
Se existisse, portanto, uma condecoração destinada à promiscuidade política, Noé Mateus seria candidato incontestável. Não por mérito, mas por simbolizar um fenómeno que precisa ser denunciado e combatido — o da política sem convicções, onde se negocia tudo, inclusive a própria dignidade.
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