Quinze anos após o seu afastamento, o empresário e promotor de eventos Henrique Miguel Riquinho regressou esta semana à sede nacional do MPLA, onde foi recebido de forma informal pelo secretário-geral do partido, Paulo Pombolo, nos intervalos de uma reunião do Secretariado do Bureau Político que apreciava o Orçamento Geral do Estado para 2026.
O encontro, descrito como cordial, serviu para agendar uma audiência formal entre o empresário e a direção do partido, após um primeiro contacto ocorrido durante uma cerimónia de condecoração no Hotel Continental. Na ocasião, Riquinho apresentou um pedido de desculpas pessoal ao secretário-geral do MPLA por antigas declarações consideradas deselegantes em relação a assuntos internos do partido.
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Segundo fonte próxima ao Secretariado-Geral, o pedido foi aceite com naturalidade, tendo sido sublinhado que o episódio “já faz parte do passado”. Paulo Pombolo teria destacado que o importante é que “Riquinho nunca traiu o MPLA” e que, mesmo em momentos difíceis, “sempre se manteve ao lado do partido”, citando como exemplo a campanha eleitoral de 2022, quando o empresário promoveu o Festival da Paz, com artistas como Dog Murras e Yuri da Cunha, em contraponto a outros músicos que apoiaram partidos da oposição.
Riquinho, reconhecido como um dos maiores promotores culturais ligados ao MPLA, foi responsável por diversos projetos de impacto nacional, incluindo o Festival de Venezuela, a tournée “Angola Minha Pátria, Minha Terra, Minha Mãe”, os Sábados Académicos, o FestiJovem, e os espetáculos comemorativos dos 50 anos do MPLA. O empresário também esteve envolvido em campanhas eleitorais de 2008 e 2012, trazendo nomes como Bonga e Waldemar Bastos para os palcos do partido.
Nos últimos anos, Riquinho também ganhou destaque por iniciativas de intervenção social, como o projeto dos 500 táxis a preço de fábrica, destinado a incentivar o empreendedorismo entre taxistas e reduzir tarifas para os cidadãos.
De acordo com fontes próximas, a mudança de postura do empresário foi influenciada por figuras como BK, Norberto, Anabela Diniz, bem como pelo General Miala e Edeldrutes Costa (Nandinho), amigos pessoais de longa data. Outro fator determinante foi o avanço positivo no processo de dívida do empresário, que, sob intervenção do Inspector-Geral do Estado, João Pinto, chegou à mesa do Presidente João Lourenço, resultando numa solução considerada “justa e sensata”.
A condecoração de Riquinho com a Medalha Paz e Desenvolvimento marcou um ponto de viragem no seu relacionamento com o partido. O empresário teria manifestado que a falta de reconhecimento pelos seus feitos foi uma das razões do afastamento.
O reencontro entre Riquinho e Paulo Pombolo ocorre às vésperas do 10 de dezembro, data do aniversário do MPLA, e acende a possibilidade de o empresário ser integrado na comissão preparatória dos 70 anos do partido, a celebrar-se em 2026.
Durante a visita, Riquinho recuperou ainda a sua medalha dos 50 anos do MPLA, que estava guardada num dos departamentos do partido, e aproveitou para felicitar o secretário-geral pelo seu recente casamento.
Com o regresso de Riquinho, observadores internos afirmam que o MPLA “sai mais fortalecido” a poucos meses de iniciar os preparativos para as grandes celebrações dos 70 anos e as próximas eleições gerais.
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