Questiona-se como se rentabiliza um projecto de 20 milhões de dólares sem dinheiro do Estado no mercado angolano O projecto estará sediado em Luanda e vai custar cerca de 19 milhões de dólares
Mais um mega-projecto de comunicação social poderá ser estabelecido em Angola. Segundo informações preliminares, o mesmo vai englobar televisão, rádio, jornais, cinema e outros meios.
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Entretanto, o dito “mega projecto” de comunicação, logo à partida, já está a levantar dúvidas. Em causa está o alto valor apontado para a sua edificação, de onde vem o dinheiro e quem está por trás do investimento, num momento em que foi levantada uma “muralha de aço” à volta do mercado editorial que impede a sua expansão, captação de interesses e obtenção de lucros.
De acordo com notícias postas a cricular, a iniciativa, indicam previsões, começa a vigorar a partir de Fevereiro do ano que vem (2022) e pretende iniciar de raiz sem quaisquer dependências.
Dois nomes foram apontados para liderar o projecto, Hélder Bárber, antigo presidente do Conselho de Administração da TPA, e Pedro Cabral, actual gestor da RNA.
Sem gravar entrevista, Pedro Cabral diz que já se retirou do projecto, depois de inicialmente ter sido convidado com 5 por cento para participar na técnica do empreendimento.
Não foi possível falar com Hélder Barber que, segundo se apurou, mantém-se no projecto, mas não como accionista.
O economista e jornalista Carlos Rosado de Carvalho diz ter muitas reservas quanto ao surgimento deste grupo. “Eu questiono-me como é possível rentabilizar um investimento destes nas actuais condições do mercado angolano, em que por um lado o Estado encerra projectos de informação, diz que não quer estes, agora porque há – de querer este novo?”, interroga-se. “Tenho muitas duvidas sobre isto”, acrescenta.
O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), através do seu dirigente Teixeira Cândido, diz que o projecto é bem-vindo desde que não venha para ser mais do mesmo. “O sindicato espera que não seja mais um grupo para satisfazer os interesses políticos e económicos de alguns e que seja um grupo de comunicação que traga um verdadeiro serviço ao cidadão e para a democracia”, sustenta Teixeira Cândido.
Por seu lado, o jornalista Ramiro Aleixo, antigo proprietário de jornais em Angola, em nome da MFM, diz não ter dúvidas que o dinheiro vem do Estado angolano. “Não me venham dizer que temos mercado de publicidade em Angola para o surgimento destes grupos porque sabemos que não”, assegura.
“O dinheiro para este grupo de monopólio é óbvio que vem do Estado como outros que foram criados em Angola”, acrescenta Aleixo, que pergunta: “Como é que alguém aparece com investimento de 20 milhões de dólares e ninguém pergunta sobre a origem do dinheiro e quem está por trás disto?”
O jornalista e analista político Fernando Guelengue pensa que, pelos valores do investimento, a Procuradoria Geral da República (PGR) devia entrar em cena.
“A própria PGR devia investigar, para se evitar o surgimento de grupos novos sem transparência e que no futuro comece a despedir porque o grupo tem que fechar”, acrescenta Guelengue, alertando ser “precisa muita atenção neste tipo de negócios”.
Num debate radiofónico em Luanda, o jornalista Graça Campos afirmou acreditar eque este grupo vai nascer já sem a transparência que se deseja.
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