Em Julho destacámos a solução para o Banco Económico. Os 40 maiores depositantes (que tinham mais de 5 milhões USD no banco) entraram como fundo de capital de risco. Esse fundo é o novo dono da instituição. Com esse investimento o banco ganhou uma nova gestão, já sem a Sonangol como accionista.
Três anos depois do lançamento do plano de recapitalização e restruturação do Banco Económico, a instituição bancaria viu a sua estrutura financeira reforçada pelo capital dos seus 40 maiores depositantes, que aceitaram disponibilizar 65% dos seus depósitos para concluir a restruturação. Passou por um financiamento de 1,1 biliões de Kz, sendo que 330 mil milhões surgiram sob a forma do fundo e os restantes 770 mil milhões através da "compra" de títulos de participação.
Assim, os 40 maiores depositantes (que tinham mais de 5 milhões USD no banco) entraram como fundo de capital de risco. Em Setembro, este Fundo, passou a ser o novo dono do Banco Económico, gerido pela IFA na figura do seu PCA, Francisco Garcia dos Santos, que já foi quem esteve na assembleia geral do passado dia 22 de Agosto. O Fundo foi constituído pelo valor de 330 mil milhões Kz, inicialmente realizados 272 mil milhões Kz, dos quais 271 mil milhões serão o capital social do Económico e os restantes mil milhões serão para pagar as despesas do próprio fundo.
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De ressaltar que, devido aos "grandes males" que o banco tinha, o Novo Banco de Portugal e a Sonangol saíram do capital social do BE. A petrolífera nacional chegou mesmo a mencionar no seu relatório e contas de 2021 o interesse em sair do Banco Económico, onde tinha uma participação de 70,38%, sócia maioritária. Conforme o relatório e contas da petrolífera, o valor do seu activo no banco era com valor zero, registando uma provisão na proporção da sua posição líquida.
Em 2019, quando o Banco Económico chumbou nos testes de Avaliação da Qualidade de Activos, a Sonangol comprometeu-se por escrito em fazer a recapitalização do banco. Só mais tarde é que decidiu alterar a sua posição e fez saber que não iria disponibilizar mais verbas na instituição bancária. O programa de restruturação tem a duração de 10 anos e, durante esse período os depositantes não podem sair do fundo, nem repassar os seus títulos de participação.
Com a nova gestão, o Banco Económico apresentou o acumuado dos relatórios e contas (de 2019, 2020, 2021), onde 2019 obteve o segundo maior prejuízo da história da banca angolana, ao registar resultados líquidos negativos de -531,2 mil milhões Kz, recuperando em 2020 para -137,8 mil milhões e regressando aos lucros em 2021, com 173,3 mil milhões. Quanto aos resultados apresentados, foi por pouco que em 2019 o BE não ultrapassou aquele que é o prejuízo recorde da banca angolana, quando em 2020 o BPC registou um resultado líquido negativo de -535,9 mil milhões Kz.
Segundo Pedro Cruchinho, estes resultados negativos devem-se, essencialmente, à Avaliação à Qualidade dos Activos (AQA) dos maiores bancos angolanos, levada a cabo pelo BNA e acordada com o FMI. Esta avaliação destapou necessidades de capitalização avultadas na banca, já que identificou carteiras de crédito com elevada exposição ao malparado e activos imobiliários sobrevalorizados. Foi o que aconteceu no Banco Económico, mas também no BPC. O banco ainda precisa de arranjar "dinheiro" para os investimentos que necessita de fazer.
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E MENOS
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O investimento Directo Estrangeiro (IDE) fora do sector não petrolífero desceu a pique no I trimestre deste ano para 500 mil USD (8,5 mil USD, corrigido pelo BNA), o valor mais baixo desde que há registos públicos.
Como surgiu o Banco Econômico?
O Banco Económico surge da falência do Banco Espírito Santo Angola (BESA) que, segundo investigações, foi alvo de uma “operação” de apropriação e pilhagem levada a cabo pelo “triunvirato presidencial” da época, o ex – vice-Presidente da República e antigo PCA da Sonangol, Manuel Vicente, e os generais ligados na altura à Presidência da República, Kopelipa e Dino, sintomaticamente conhecidos como “Irmãos Metralha”.
Essa operação assentou em duas vertentes: Na primeira, em Novembro de 2009, o BESA concedeu três créditos, no total de 375 milhões de dólares, a três “empresas-fantasma”, propriedades dos “Irmãos Metralha”. Estas empresas, Althis Siderurgia, Delta Inertes e Betão e Nazaki Hidrocarbonetos, simularam o levantamento dos 375 milhões de dólares para logo os depositarem na conta da Portmill, que assim comprou 24 por cento das acções do próprio BESA. Esta fraude é clara.
Lima Massano o atual governo do BNA teve um papel fundamental na operação de controlo do BESA pelos “Irmãos Metralha”, ou seja, Vicente, Dino e Kopelipa. Lima Massano foi presidente do BAI, do qual a Sonangol era a maior accionista. Essa presidência do BAI coincidiu com o controlo de Vicente na Sonangol. Os mandatos de Massano como governador do BNA também coincidem com períodos de influência de Vicente. Estes são factos coincidentes.
Sublinhe-se que o governador do BNA, José Massano, tem sido acusado de ‘proteger’ o Banco Económico e de ser cúmplice na ocultação do desvio de mais de 2,5 mil milhões de dólares, ocorrido no referido banco, entre Junho e Dezembro de 2017.
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