A primeira tragédia, na qual centenas de pessoas perderam a vida, ocorreu durante uma manifestação realizada a 27 de Maio de 1977, em frente às instalações da Rádio Nacional de Angola, em Luanda. Esta ordem fatal foi emitida pelo então comandante- geral da Polícia Nacional, o general reformado Santana André Pitra "Petroff", durante seu primeiro mandato entre 1976 a 1979.
Esta revelação trazida à luz por Luís dos Passos da Silva Cardoso numa longa entrevista, conduzida pelo jornalista Ramiro Aleixo e divulgada no portal Kesongo, um dos organizadores da manifestação que se registou depois da independência de Angola (11/11/1975), sob a ditadura do regime de António Agostinho Neto (1922 a 1979), e que resultou na morte de mais de 80 mil pessoas, segundo os dados da Fundação 27 de Maio.
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A primeira matança (de centenas de pessoas) que se registou durante a manifestação realizada a 27 de Maio
A primeira matança (de centenas de pessoas) que se registou durante a manifestação realizada a 27 de Maio de 1977, defronte das instalações da Rádio Nacional de Angola, em Luanda, foi ordenada pelo primeiro então Comandante-Geral da Polícia Nacional (1976 a 1979), o general (hoje reformado) Santana André Pitra "Petroff".
Segundo Luís dos Passos, a 0 mencionada manifestação contra as políticas erróneas do Governo de Agostinho Neto (que estava mergulhada em corrupão e racismo) estava inicialmente prevista para o dia 25 de Maio de 1977. Mas, devido à hesitação dos organizadores - Nito Alves, José Van-Dúnem, entre outros – foi adiada sem data anunciada.
Mas, considerando o momento conturbado que se vivia no seio do MPLA, alguns organizadores entenderam que devia realizar-se naquela data. “A marcha ou manifestação estava programada inicialmente para o dia 25 [de Maio de 77], defronte ao palácio presidencial, mas foi adiada sem data de realização”, garantiu.
“Nito Alves não pretendia promover nenhum golpe, e eu já falei sobre isso noutras ocasiões. Não havia qualquer intenção golpista nem fraccionista. Ele não planeou nenhum golpe de Estado. Nem sequer existia qualquer grupo organizado de fraccionista isto não é verdade. E se tudo tivesse sido bem preparado para um golpe, o desfecho não seria favorável a [Agostinho] Neto", enfatizou durante a longa entrevista.
Luís dos Passos afirma que José Van- Dúnem, influenciado por outros camaradas oficiais como Veloso e outros, por exemplo, que diziam que se tinha que agir "porque as massas estão cansadas de tirar as armas e esconder", decidiram sair no dia 27 de Maio.
"E foi o descalabro. Foi criado um estado-maior especial que não foi por iniciativa ou orientação nem de Nito Alves nem de Zé Van-Dúnem", assegurou, acrescentando que “como não estavam a pensar em golpe de Estado, acharam que a manifestação seria suficiente. Razão pela qual, quando as pessoas [que mais tarde foram todas mortas] desceram do Sambizanga e de outros bairros em direcção à zona do palácio [presidencial, no Futungo ], onde estava programada a realização de um comício de protesto, recuaram e concentraram-se depois em frente à RNA, na expectativa de ouvir alguém falar. E não houve ninguém. Quando demos por ela, os efetivos da Polícia Nacional estavam a disparar contra a população”.
O entrevistado salienta que tomou conhecimento disso via rádio, que o general reformado Petroff foi quem comandou esse massacre contra pessoas desarmadas. “Eu ouvi a comunicação num dos rádios que o Bula levava", frisou.
"Enquanto decorria essa acção seguimos para a 7ª Esquadra (ao lado do Jumbo), onde se encontrava o Petroff. Os efetivos da Polícia que estavam lá colocaram-se em debandada e esconderam-se nas casas que ficam na parte de trás da unidade. Os nossos efetivos, mais jovens, correram e acabaram por detê-los, sendo levados para a 9ª Brigada. Postos lá o Petroff, medrosos, deu um tiro no próprio dedo e ficou a rebolar no chão supostamente com dores", contou.
O então presidente do extinto Partido Renovador Democrático (PRD) diz que ficou depois a saber do sucedido via rádio, que o comandante Petroff estava a passar mal.
"Se houvesse intenção de matar dirigentes, como dizem que nós é que matamos os comandantes, eu não autorizava que o Petroff fosse levado ao hospital. Fui eu quem autorizou", revelou, concluindo que "Nito Alves nunca pensou em fazer um golpe. Se tivesse pensado em golpe, teria sido melhor".
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