O SILENCIAMENTO DE ADALBERTO COSTA JÚNIOR

 


Desde a sua eleição como presidente da UNITA em 2019, Adalberto Costa Júnior, líder do maior partido de oposição em Angola, nunca foi convidado para falar em órgãos públicos de comunicação como a Televisão Pública de Angola, TV Zimbo, Jornal de Angola, Angop e nem mesmo na Rádio Nacional. Este facto contrasta fortemente com o passado, quando Isaías Samakuva, antigo presidente da UNITA, era frequentemente convidado para entrevistas e para compartilhar a sua visão sobre o país.


A ausência de Adalberto Costa Júnior nos meios de comunicação públicos não é uma mera coincidência. Segundo informações de bastidores, João Lourenço, presidente do MPLA, teria emitido uma orientação clara ao seu braço de segurança, liderado por Fernando Garcia Miala, para nunca permitir que o líder da UNITA seja entrevistado nos órgãos públicos. Esta orientação levanta uma série de questões sobre a natureza do actual governo e a liberdade de expressão em Angola.



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Durante a governação de José Eduardo dos Santos, Isaías Samakuva teve a oportunidade de expor suas opiniões e debater questões nacionais em diversas plataformas. No entanto, Adalberto Costa Júnior, com seu perfil carismático e eloquente, parece representar uma ameaça maior para o status quo do MPLA. Será sua exclusão uma tentativa de silenciar uma voz poderosa que poderia influenciar a opinião pública de maneira significativa? 


Adalberto Costa Júnior é conhecido por sua presença marcante e capacidade de argumentação. Sua figura cativa e convence, possuindo um poder de persuasão que poderia facilmente conquistar corações e mentes. Talvez, justamente por isso, ele seja visto como um perigo para o regime de João Lourenço, que prefere manter um controle rígido sobre a narrativa nacional. O silenciamento da sua voz nos meios de comunicação pode ser interpretado como um acto deliberado de censura, visando evitar qualquer desestabilização do domínio do MPLA.


A situação torna-se ainda mais intrigante quando observamos que, fora de Angola, Adalberto Costa Júnior é frequentemente convidado para falar nos meios de comunicação. Quando vai para Portugal, ele participa de programas de televisão e rádio. Em Moçambique, ele virou notícia nos meios oficiais, e recentemente, sua presença na França foi coberta pela mídia. Só mesmo em Angola, onde lidera uma oposição com 90 assentos parlamentares, um partido com milhares de militantes e uma frente que suporta três partidos e parceiros da sociedade civil, é que ele não vira notícia.


Ademais, a ausência de Adalberto Costa Júnior na mídia não apenas priva a oposição de uma plataforma essencial para comunicação com o público, mas também enfraquece o debate democrático em Angola. A democracia floresce quando há um intercâmbio livre de ideias e quando todas as vozes, especialmente as dissidentes, têm a oportunidade de ser ouvidas. Ao negar esse espaço ao líder da UNITA, o governo angolano mostra um lado autoritário que vai contra os princípios democráticos que afirma defender.


Este acto de silenciamento também revela uma insegurança profunda do regime de João Lourenço. Se o presidente e seu governo estivessem confiantes na sua liderança e nas políticas que promovem, não haveria necessidade de suprimir a voz da oposição. Ao invés disso, o MPLA parece temer a força das palavras de Adalberto Costa Júnior, preferindo um ambiente controlado onde a narrativa oficial não é desafiada.


A situação actual levanta uma questão crucial: até que ponto Angola está comprometida com a democracia e a liberdade de expressão? A exclusão de Adalberto Costa Júnior dos meios de comunicação públicos é um sinal alarmante de que o país ainda luta contra tendências autoritárias. O povo angolano merece mais. Merece ouvir todas as perspectivas, especialmente aquelas que desafiam o poder estabelecido e oferecem alternativas para o futuro.


Em última análise, a exclusão de Adalberto Costa Júnior é uma mancha na promessa de uma Angola democrática e aberta. É um lembrete de que a luta pela liberdade de expressão e por um verdadeiro debate democrático continua. Até que todas as vozes, especialmente as da oposição, sejam ouvidas e respeitadas, a democracia angolana permanecerá incompleta e vulnerável às garras do autoritarismo.


Por Hitler Samussuku


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