Metodistas angolanos em "rota de colisão" com a igreja central nos EUA 03



Metodistas angolanos estão em rota de rompimento com a central norte-americana porque estes pretenderem impor a aceitação da homossexualidade nas igrejas africanas. Numa votação em pleno EUA, o intento dos anfitriões foi derrotado pelo conservadorismo africano e asiático. Órgão máximo da igreja em Angola reforçou a posição unânime de 855 delegados.

A Igreja Metodista Unida de Angola rejeita, categoricamente, a homossexualidade e os estilos de vida baseado no homossexualismo, nomeadamente nas estruturas hierárquicas. A posição, intransigente, da IMUA foi bem evidente na sessão especial da Conferência Geral da igreja na cidade de Saint Louis, no estado de Missouri, Estados Unidos da América. A maioria dos delegados saídos dos quatro cantos do planeta votaram contra a expansão do homossexualismo na igreja, um revés histórico no exercício do poder americano sobre a igreja, particularmente, em África.


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Nessa sessão especial, que aconteceu no dia 3 de Março último, 438 delegados, maioritariamente da Ásia e África, votaram contra a prática do homossexualismo, representando 53%, sendo que 384, representando 47% das Américas e Europa procura empurrar o estilo de vida na ordenação, sob pretexto do princípio do liberalismo ou da livre escolha, explicou ao Novo Jornal o Guia Leigo da IMUA, Daniel Cristiano.

Esta fonte participou da 38.ª Conferência Anual do Oeste de Angola, órgão máximo da igreja, reunido de 24 a 28 de Julho último, sob o tema: "Aquietai-vos, e sabeis que Eu sou Deus", baseado no livro de Salmos 46:10.

A Acta de Resoluções e Recomendações sobre a vida interna da igreja, um documento de oito páginas, que o NJ teve acesso, espelha algumas decisões, conselhos e exortações da direcção, mas também manifesta preocupação como a crise económica, violências, raptos de seres humanos e guerras. "A nível nacional, a igreja acompanha com preocupação a violência doméstica, raptos de seres humanos, burlas, o mau uso das TIC, a contínua perda de valores", descreve o documento cedido pela direcção da igreja.

 O grande destaque, entretanto, recai para a decisão "unânime", que visa reforçar a posição de Angola quanto à rejeição categórica do homossexualismo na Igreja Metodista Unida de Angola.

Os 885 delegados, entre clérigos e leigos, representando as igrejas locais da Conferência Anual, tomaram conhecimento e apoiaram unanimemente contra a ordenação de homossexuais na igreja nem a permissão de realização de actos como baptizados. 

 Os congregados podem apenas frequentar os cultos como quiserem. Do Livro de Disciplina [um manual da igreja], manifestaram-se contra a retirada do texto "A prática do homossexualismo é contrária aos princípios da igreja", permanecendo conforme o parágrafo 68.7: "Uma vez que a nossa religião e cultura tradicional são contra a homossexualidade, nós, a Igreja Metodista Unida em África, somos totalmente contra casamentos ou união de pessoas do mesmo sexo e outros estilos de vida baseados nesse facto e não admitimos a ordenação de pessoas homossexuais nas nossas Conferências Anuais, nem aceitamos o serviço de pastores ou de leigos com tais orientações e que tenham sido ordenados fora do seu território.", refere a acta na penúltima página. 

O Guia Leigo Daniel Cristiano, em conversa com o Novo Jornal, apelou que haja ponderação, regionalização para se poder discutir com precisão os assuntos da igreja, embora tenha decidido "o não ao homossexualismo, ao fundamentalismo e fanatismo religioso".

"Foi imposta uma derrota inapelável e contundente aos ditos "cristãos progressistas" nos EUA", observa o leigo, que se apoia em passagens bíblicas como I Coríntios 6,9; I Timóteo 1,1 e Génesis 1,27; para repelir o homossexualismo.

"A igreja reconhece somente a palavra de Deus por via da bíblia, como fonte de pregação e revelação divina, pois não colhe e se verga a estas práticas contrárias à bíblia", enfatiza.

A posição de África vai ser levada na próxima reunião nos EUA, a decorrer em Março do próximo ano.

Novo Jornal

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