QUEM GANHA COM A PROIBIÇÃO DO USO DA LIAMBA? - CARLOS ALBERTO



O jornalista Santos Vilola faz aqui uma reflexão interessante, com a qual corroboro, sobre a proibição do uso da liamba, que cito: 


"Há anos que Portugal é uma das referências na exportação da "liamba" (cannabis) para fins medicinais pelo Mundo.

Portugal é também referência mundial no combate ao tráfico desta erva, criminalizando apenas o tráfico, e não o consumo. 

Legalizou o consumo de drogas leves, e até tem as conhecidas "salas de xuto", instaladas em carrinhas que circulam periodicamente pelas cidades para "consolar" apreciadores do "Capim de Deus". 


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A criminalização pela posse do "kuxi", como apelidam agora os jovens por cá, é apenas em função do "peso, conta e medida" [fungibilidade] da erva que for apreendida ao possuidor.

PS

E nós aqui? Não seria melhor incentivar a produção em larga escala do "ex libris" de Malanje, para exportar, e ajudar a diversificar, com isso, a economia? 

Vamos continuar a destruir as "lavras" dos kotas da "malásia"? No outro dia, a Polícia apreendeu um camião (!)... Hummm?! Tudo é Economia! Só depende da perspectiva."


Eu aumento: estou a sair da cadeia e percebi claramente que quem ganha com a proibição do uso da liamba são as próprias autoridades que o proíbem. São os "polícias" que introduzem os "meios proibidos" nas cadeias de Angola e são eles próprios que os combatem em estranhas revistas, chegando mesmo a molestar os presos. No final, quem paga por tudo é o preso que nunca saiu da cadeia para ir buscar os tais "meios proibidos". E o mais grave é que temos juízes a condenar presos só por fazerem uso da liamba, aumentando ainda mais o tempo de cadeia (sobre isso, falo depois), quando quem está encarcerado não tem nenhuma possibilidade para ir buscá-la. É uma questão de lógica. Os juízes condenam quem faz o uso da liamba mas não condenam quem a introduz nas cadeias: o próprio guarda prisional, que é considerado "polícia" (coloco aqui polícia entre aspas, porque também tenho uma visão diferente do que se considera na cadeia). A culpa é de quem a introduz nas cadeias ou de quem a consome? 

Eu falo na primeira pessoa: convivi quase dois anos com jovens que faziam uso da liamba e não foi por isso que fizeram desmando na caserna. Eu fui encarregado-geral da caserna B3 e depois fui encarregado-geral da caserna B2 no Bloco D da Cadeia de Viana. As razões que concorrem para tumultos nas cadeias são mais profundas (um dia falo sobre isso). Não se prendem com o uso de "drogas". 

As autoridades incentivam "as proibições" porque, na verdade, são elas que ganham com isso, com as "michas", nos diversos níveis.


Carlos Alberto (Jornalista-Recluso, Pós-graduado em Retrocesso Mental na Cadeia de Viana, e Director do Portal "A DENÚNCIA")


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