Numa altura em que Angola enfrenta desafios socioeconómicos agravados pela pobreza, desemprego e surtos de cólera e malária, a oposição reuniu-se esta quarta-feira, 30 de Abril, para tentar consolidar uma frente comum. A UNITA, em conjunto com o Bloco Democrático, CASA-CE, PRS, FNLA e PDP-ANA, discutiu estratégias para pressionar o governo a adotar reformas eleitorais mais transparentes antes das eleições gerais de 2027. No entanto, apesar do discurso de unidade, persistem rumores de que Abel Chivukuvuku e o seu PRA-JA poderão aproximar-se do MPLA, o que enfraqueceria a oposição.
O encontro, realizado na sede do Grupo Parlamentar da UNITA, centrou-se na revisão do pacote legislativo eleitoral em discussão na Assembleia Nacional. As lideranças presentes concordaram em exigir maior transparência, alinhando as leis angolanas com os padrões da União Africana e da SADC. Arlete Chimbinda, vice-presidente da UNITA, representando Adalberto Costa Júnior, sublinhou a necessidade de evitar que o MPLA controle o processo eleitoral sem garantias de equidade. Filomeno Vieira Lopes, do Bloco Democrático, e Manuel Fernandes, da CASA-CE, reforçaram a importância de uma frente unida para impedir irregularidades como as alegadas em pleitos anteriores.
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Apesar do tom conciliatório, há movimentos nos bastidores que preocupam a oposição. Abel Chivukuvuku, líder do PRA-JA, tem mantido contactos discretos com figuras do MPLA, alimentando especulações sobre uma possível aliança em 2027. Caso se concretize, esta aproximação representaria um revés para a UNITA e seus parceiros, privando-os de uma figura influente no campo oposicionista. Chivukuvuku, que já liderou a CASA-CE antes de fundar o PRA-JA, tem um histórico de desentendimentos com Adalberto Costa Júnior, e agora parece seguir o caminho de outros líderes que, no passado, acabaram por alinhar-se com o partido no poder.
Uma das decisões mais relevantes da reunião foi o apelo à comunidade internacional, incluindo a União Africana, a SADC e a União Europeia, para que monitorizem de perto a revisão da lei eleitoral. A oposição está ciente de que, sem pressão externa, o MPLA dificilmente cederá o controlo que exerce sobre a Comissão Nacional Eleitoral e o Tribunal Constitucional. Além disso, as lideranças manifestaram solidariedade com o Movimento dos Estudantes Angolanos, que tem protestado contra a degradação do ensino superior, e lamentaram as vítimas da malária e da cólera, doenças que reflectem o colapso dos serviços públicos.
Apesar dos esforços de coordenação entre os partidos da oposição, a realidade é que o MPLA mantém uma vantagem considerável. Com o controlo da máquina estatal, dos meios de comunicação e dos recursos financeiros, o partido no poder já prepara a sua campanha para 2027, possivelmente cooptando dissidentes da oposição. Se a UNITA e seus aliados não conseguirem mobilizar a população e assegurar reformas eleitorais profundas, Angola poderá assistir a mais uma eleição cujo resultado parece pré-definido antes mesmo da contagem dos votos.
Por Helvecio Francisco Lima
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