A oposição armada da RDC, personificada pelo M23, leva-me geralmente a imagens que guardo no meu subconsciente do “suprimento” de soldados zairenses que Mobutu deu a Holden Roberto para reforçar o ELNA após os Acordos do Alvor em 1975.
Por que será? Juro que é apenas um pensamento inconsciente que em nada envolve a estória do canibalismo que lhes foi atribuído em virtude de uma terrível inventona do MPLA.
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É que quando olho, actualmente, para as imagens do M23 vejo pelotões organizados, com soldados devidamente armados e uniformizados. Assim era o braço armado da FNLA quando chegou à capital angolana nos meses que antecederam a proclamação da Independência.
A FNLA apresentou-se melhor estruturada que os seus movimentos rivais, MPLA e UNITA. E essa diferença não foi apenas a nível militar mas também em termos de estruturas civis e políticas. Inclusive, a organização de Holden Roberto chegou a montar na capital angolana escolas, centros de saúde e de informação devidamente apetrechados para os padrões da época.
É claro que depois, como se sabe, veio o descalabro, mas isto são contas de outros rosários. Francamente, não sei o que teria sucedido se acaso não se tivesse rompido o que foi acordado em Alvor e os três movimentos fossem mesmo às eleições que estavam previstas para antes da proclamação da Independência.
São imagens que o MPLA soube destruir e eclipsar do imaginário das populações, capitalizando, reconheça-se, com uma forte estrutura propagandística.
E nisso o MPLA teve sempre, de facto, uma grande maestria. A UNITA, por exemplo, foi sempre associada, durante muitos anos, a um grupo de esfarrapados e desnutridos guerrilheiros que viviam de assaltar lavras e aldeias. Para muitos essa imagem apenas se desfez quando a organização chegou às cidades depois dos Acordos de Bicesse rubricados em Maio de 1991.
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