Este mês de Abril pôs os Cabindas em estado de ebulição através das actividades políticas da UNITA, e tinha recentemente dito que a UNITA parecia ter-nos ouvido, respondendo com uma proposta que reflecte a sua visão, mas que era preciso fazer prevalecer o nosso próprio caminho e as nossas próprias expectativas em relação ao futuro, com todos aqueles que amam Cabinda e que possamos pôr um fim às nossas divisões e saber explorar ao máximo todas as iniciativas dos partidos políticos da oposição angolana, como a UNITA, e tirar os benefícios políticos para o território e seu povo.
O ponto focal deste período das actividades políticas da UNITA em Cabinda, é que de forma espontânea e responsável, o FLEC-FAC aceitou com satisfação e prudência a referida proposta, dando a oportunidade à paz através de um cessar-fogo unilateral e sem condições para criar um clima de paz propício ao diálogo, e esperando ver a reacção do governo angolano, o mesmo que preside à União Africana e dá as lições de moral onde quer que passe, declarando que só o diálogo e a negociação podem pôr fim aos conflitos em África, excepto em Cabinda ou segundo ele o FLEC, não existe e não representa qualquer ameaça para o seu governo.
O MPLA, como campeão das manipulações e intrigas políticas. Não demorou muito para ver o governo angolano apresentar em conferência de imprensa em Luanda, desconhecidos recrutados na RDC pelo SIE, renegarem a FLEC e dar a devida atenção ao governo angolano num estilo de «déjà vu», porque com a UNITA o governo fazia o mesmo, mas a UNITA está lá, sempre de pé, e a FLEC ainda está lá, sempre de pé.
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Quero dizer aqui em voz alta que o povo de Cabinda deve ser exigente, determinado tanto para a FLEC como para o governo do MPLA, afirmando que as reivindicações de Cabinda, são e sempre serão do monopólio de todo o povo de Cabinda e não são uma exclusividade da FLEC.
As legítimas reivindicações dos Cabindas nunca serão reféns de alguns supostos responsáveis das FLEC’s, que felizmente só falam no seu próprio nome e não do povo, e são livres para se vender e juntar-se àqueles que o fizeram antes deles, e àqueles que os seguirão.
A FLEC que goza de um prestígio dos homens de honra no coração dos Cabindas continua também a gozar da sua confiança, mas é uma parte da solução que continuará a jogar a sua participação ao lado do povo e das outras forças políticas de Cabinda, pelo direito dos Cabindas à paz e à sua soberania.
A cooptação dos supostos militares e antigos desertores do FLEC, a fuga do diálogo com os Cabindas por parte do presidente angolano e presidente em exercício da União Africana, a sua persistência numa abordagem de segurança e de ocultação da guerra em Cabinda não pode continuar a ser percebido pelos Cabindas como uma mera estratégia de manipulação política, mas a ideia da sua própria percepção do movimento independentista FLEC, que sempre negou a existência e acredita ser um grupo frágil à manipulação, no qual pode se apoiar para manter o status quo no território.
No entanto, é importante para a FLEC e a todas as organizações políticas de Cabinda que é crucial evitar uma visão simplista desta manipulação do governo angolano, e reconhecer que a tomada de posição da UNITA (que tem uma grande experiência de luta contra a manipulação do MPLA e a coaptação dos seus membros) sobre Cabinda acaba de expor ao mundo inteiro o que parecia ser a complexidade da situação e as potenciais evoluções futuras, propondo uma pista credível para a resolução e o fim do conflito, através de um diálogo inclusivo e sincero, tendo em conta as legítimas aspirações da população de Cabinda e os interesses de Angola (e não do MPLA), pista que continua a ser essencial para uma resolução pacífica e duradoura do conflito.
O actual presidente da União Africana vem mais uma vez expor perante o mundo inteiro, e na televisão do estado, o absurdo de os seus serviços de inteligência externa, que desviam o dinheiro público. que deveria servir para a resolução dos problemas do povo, a promoção da paz, por meio de arranjos de baixo corte que expõem a incompetência de João Lourenço diante dos assuntos importantes que normalmente deveriam elevar sua imagem, ele que tem dificuldade em ser um campeão da paz… esta paz que não se compra intimidando e submetendo os fracos e famintos, mas dialogando em torno de uma mesa com seus adversários.
As organizações políticas de Cabinda deveriam juntar-se à iniciativa do FLEC e encorajar o cessar-fogo, independentemente da estratégia que o incompetente João Lourenço adopte, pois sem o fim do conflito militar, nenhuma paz será fácil se não agirmos juntos e em sintonia, nada é fácil mas nada nos será impossível cada vez que colocarmos o interesse de Cabinda acima dos nossos próprios interesses.
Que Deus vos abençoe
Folha 8/ Osvaldo Franque Buela- Escritor, pan-africanista e refugiado político na França
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