Angolano na Diáspora responde NORBERTO GARCIA....
Na mais recente investida da máquina de propaganda angolana, o senhor Norberto García — chefe do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Governo de Angola, vulgo Gabinete do Ódio — brindou-nos, com inusitada desfaçatez, a uma tirada pública que mais parece saída das catacumbas do populismo doentio do que de um gabinete que se quer institucional. Num exercício de retórica que só pode ter sido inspirado por um cocktail mal digerido de ressentimento e ignorância voluntária, o senhor García resolveu desferir ataques gratuitos contra a diáspora angolana residente em Portugal.
Sim, caro leitor, o mesmo Norberto García que viu o seu nome tristemente associado ao escandaloso e rocambolesco caso da “burla à tailandesa” — episódio digno de novela de horário nobre, mas com personagens de reputação duvidosa e enredos dignos de tribunal — teve o desplante de dizer que “não existem imigrantes negros ricos na Europa ou negros ricos na Europa!”. A frase, para além de risível, é uma manifestação clara de um raciocínio que foi preso com ele, mas aparentemente nunca libertado.
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É caso para perguntar: em que Europa tem viajado Norberto García? Terá alguma vez ouvido falar de Kanya King, empresária britânica de origem ganesa, fundadora do prestigiado MOBO Awards? Ou de Sir David Adjaye, o arquiteto mundialmente reconhecido, cujo génio já moldou museus e bibliotecas em várias capitais do mundo civilizado? Que dizer de Dean Forbes, magnata tecnológico e um dos empresários mais promissores da Europa? Ou Jean-Michel Ouattara, nome sonante no universo financeiro francês? so para citar alguns.
Ignorar propositadamente estes exemplos é tão grave quanto confundir propaganda com política, ou pior, indigência intelectual com discurso institucional. Norberto não só esqueceu a existência de uma robusta classe média africana e afrodescendente na Europa, composta por médicos, engenheiros, professores universitários, atletas, artistas e empresários, como também passou um atestado de menoridade cívica ao povo que representa — e que, paradoxalmente, procura no exterior a dignidade que lhe é negada no solo pátrio.
Enquanto em Angola muitos enriquecem num abrir e fechar de contratos públicos, sem nunca se perceber como ou porquê — e cujas únicas obras visíveis são mansões com 14 casas de banho, relógios suíços e carros de luxo em avenidas esburacadas —, a esmagadora maioria da diáspora labuta de sol a sol em metrópoles onde o mérito, a competência e a legalidade ainda regem o jogo social.
O que verdadeiramente incomoda figuras como Norberto García não é a ausência de riqueza entre os angolanos no estrangeiro, mas sim a ausência de dependência. A independência moral, intelectual e económica dos emigrantes desmonta a narrativa única do “único partido que libertou Angola” e ameaça o monopólio da verdade cultivado nos corredores bafientos do poder.
Não há maior tragédia para um regime decadente do que ver os seus cidadãos a florescer em ambientes onde o Estado não os sufoca. E é por isso que Norberto grita. Grita porque sabe que, fora da bolha propagandística, os angolanos são, sim, competentes, resilientes e bem-sucedidos — sem precisar de contratos públicos opacos ou de bajulação institucionalizada.
No fundo, o senhor García é apenas mais um trombone desafinado da orquestra do desgoverno, cuja partitura já só toca notas de desespero. E como bem nos ensinou a história, quando o poder já não convence com ideias, tenta impor-se com insultos.
Edyano Dias
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